Amigos estão chocados com envolvimento de baterista na morte de Mayara
Chocados. Assim amigos e familiares do músico Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, ficaram ao saber que ele, vegetariano, fã de natureza, até então pacifista e amigável, foi preso suspeito de ser o mentor do assassinato de Mayara Amaral, 27, com quem diz que mantinha um relacionamento.
“Ele andava sumido. Estávamos há um mês sem notícias dele e só ficamos agora pelo noticiário. Estamos todos chocados. O Luís morreu para a gente”, disse um dos amigos do músico, que tocava bateria em bandas de reggae e rock alternativo da Capital, e prefere não se identificar.
A revelação do crime e prisão de Barbosa pela Polícia Civil causaram comoção também na internet. “Ninguém pode imaginar que um ‘brother tão goodvibe’ (sic), um cara da positividade, seja capaz de fazer algo desse tipo. Era uma pessoa que se preocupava com os outros”, apontou uma jovem em seu perfil nas redes sociais.
O músico era relativamente conhecido por organizar shows de música, além do fato dos ensaios que realizava serem muito freqüentados. Chegando ao ponto do martelo apresentado pela polícia como a arma do crime ter sido reconhecido. “Ele usava para quebrar gelo e usar nos drinks. Até isso”, exclamou outro jovem em sua página no Facebook.
Drogas – O susto em ver um amigo que se declarava tão pacífico e fã da natureza como homicida faz com que muitos prefiram não falar abertamente sobre Barbosa e a polêmica sobre seu suposto vício em drogas.
Segundo a polícia, o músico alegou estar sob efeito de entorpecentes quando aconteceu o crime e por isso não se lembrava de nada.
Entre os amigos, há informações dúbias. Uns dizem que não sabiam que Barbosa fazia uso de drogas. Outros, contudo, reiteram que ele estava viciado e descontrolado e chegou a ser internado.
Outro tema pouco abordado é a relação do acusado com Mayara. Os amigos preferiram não opinar sobre o assunto, "em respeito à memória dela", alegam.
O Campo Grande News tentou contato com a família do acusado e não obteve resposta até a conclusão desta reportagem.
O caso - Mayara estava desaparecida desde segunda-feira (24), quando saiu com duas amigas para ensaiar com a banda. Ela teria sumido após brigar com o namorado.
Na terça-feira à noite, a mãe dela procurou a polícia após receber mensagem - provavelmente de uma pessoa se passando pela vítima - dizendo: “Você está onde agora? Ele é louco mãe. Está me perseguindo. Estava na casa dele e brigamos feio”. O corpo já tinha sido encontrado, mas até então estava sem identificação.
A vítima foi localizada por moradores às margens da rodovia que dá acesso à cachoeira do Inferninho, na região norte de Campo Grande.
De acordo com a delegada Priscilla Anuda Quarti Vieira, que atendeu a ocorrência, havia sinais de pancadas na cabeça da mulher. "Ainda não dá pra saber se foi uma pedrada ou uma paulada", disse.
O fogo que carbonizou parte do corpo de Mayara teria começado primeiro na mata e depois atingido a vítima, encontrada apenas de calcinha.
Além de Barbosa, outros dois homens foram presos suspeitos de participarem do crime. Ronaldo da Silva Moeda, 30, teria ido a o quarto do motel onde o músico havia marcado de se encontrar com Mayara. Segundo eles, o trio manteve relação sexual consensual até que a vítima foi morta a marteladas e agressões por todo o corpo.
Segundo a polícia, eles já haviam combinado de roubar o carro e outros pertences da moça, e depois assassiná-la. O corpo foi levado à casa do terceiro acusado detido, Anderson Sanches Pereira, 31, onde chegaram a enterrá-lo no quintal, mas mudaram de ideia.
Os três negam o crime, mas irão responder por latrocínio – roubo seguido de morte - e ocultação de cadáver.