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Capital

Após batalha judicial e troca de acusações, militar vence eleição para síndico

Marcus Paulo Velozo teve 273 votos, enquanto o candidato à reeleição, Luiz Fernando Villar, obteve 125 votos

Por Jhefferson Gamarra | 21/07/2024 09:09
Condomínio Residencial Vitalitá, localizado na Vila Margarida (Foto: Geniffer Valeriano)
Condomínio Residencial Vitalitá, localizado na Vila Margarida (Foto: Geniffer Valeriano)

O militar aposentado Marcus Paulo Velozo foi eleito síndico do Condomínio Residencial Vitalitá, em uma eleição marcada por uma intensa batalha judicial e trocas de acusações entre os candidatos e moradores, que poderiam ser facilmente retratadas na série “Toma Lá Dá Cá”, exibida na Globo entre 2007 e 2009, que satirizava o dia dia de brigas e altas confusões envolvendo os moradores do fictício Condomínio Jambalaya.

 A eleição, realizada no último sábado (20), no salão de festas do condomínio, aconteceu sob forte tensão, necessitando a presença da Polícia Militar para conter os ânimos exaltados dos moradores. Ao final da contagem dos votos, Velozo foi declarado vencedor com 273 votos, enquanto o candidato à reeleição, Luiz Fernando Villar, obteve 125 votos. A terceira chapa na disputa teve apenas 6 votos.

PM na parte interna do residencial durante realização da eleição (Foto: Geniffer Valeriano)
PM na parte interna do residencial durante realização da eleição (Foto: Geniffer Valeriano)

A disputa pela administração do residencial teve um enredo repleto de conflitos com direito a registro de Boletins de Ocorrência por ameaça, pedido à Justiça de exclusão de candidato com base na Lei da Ficha Limpa e denúncias contra o atual síndico, que está no cargo desde 2016, por falhas na prestação de contas.

Localizado na Vila Margarida, próximo ao Parque do Sóter, o condomínio abriga mais de dois mil moradores, muitos deles servidores públicos com altos salários. O cargo de síndico, com uma remuneração de R$ 9,6 mil, tornou-se um ponto de disputa acirrada, especialmente devido à insatisfação com a gestão atual.

No dia 11 de julho, uma advogada registrou um Boletim de Ocorrência relatando ter sofrido ameaça da esposa de um delegado da Polícia Civil durante uma reunião do condomínio. Segundo o boletim, a advogada começou a rir ao ver os adultos discutindo de forma infantil, o que incomodou uma das participantes. A mulher, que se apresentou como advogada e esposa de um delegado, bateu no peito e gritou: "sabe quem eu sou?". Esse incidente foi um dos muitos que marcaram o clima tenso no condomínio.

Em outro episódio, um grupo de seis moradores entrou com uma ação na 8ª Vara Cível de Campo Grande, em 16 de julho, para excluir Marcus Paulo Velozo da disputa por síndico, alegando que ele não poderia concorrer devido a uma condenação por improbidade perante a Justiça Federal do Rio de Janeiro. O pedido foi negado administrativamente pela comissão eleitoral e, posteriormente, pela Justiça de Mato Grosso do Sul. A juíza Gabriela Müller Junqueira entendeu que a condenação de Velozo não resultou em sanções como ressarcimento, multa ou suspensão de direitos políticos.

Velozo, em sua defesa afirmou que a condenação ocorreu devido a um erro documental e não por má-fé. Ele explicou que foi absolvido por unanimidade no Superior Tribunal Militar e que continuou sua carreira sem prejuízos, recebendo diversas honrarias e méritos.

O atual síndico, Luiz Fernando Villar, também enfrentou questionamentos sobre sua candidatura. Moradores do condomínio questionaram, de forma administrativa, a falta de prestação de contas de Villar, que foi mantido candidato pela comissão eleitoral. Em 15 de julho, a Polícia Civil concluiu um inquérito contra Villar por apropriação indébita, relacionado à reforma do campo de futebol e à compra de materiais para as brinquedotecas das torres A e E. A investigação não encontrou indícios de crime, e a recomendação foi pelo arquivamento do inquérito.

O material levado à polícia foi apelidado de "Dossiê Condomínio Vitalitá". Segundo a conclusão do inquérito, os valores dos descontos, que inicialmente não foram aplicados, foram devidamente restituídos pelas empresas contratadas. A modificação no projeto de cobertura do campo de futebol, que resultou na sobra de materiais, foi usada em outras obras do condomínio, e o restante foi armazenado para uso futuro. A duplicidade de notas fiscais foi explicada como um erro corrigido posteriormente.

Mesmo com essas controvérsias, Villar manteve sua candidatura. Ele chegou a ingressar com uma ação na Justiça para manter sua candidatura, apesar de não apresentar as prestações de contas, mas desistiu logo em seguida.

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