Após dois anos, situação de praças no Arnaldo Estevão piora com mato alto
Prefeitura diz que roçou as 10 praças do bairro, mas mato voltou a crescer por causa das chuvas
Dois anos após a reportagem do Campo Grande News mostrar o abandono das praças no bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, moradores denunciam que nada mudou. O mato alto continua tomando conta dos espaços públicos, agora também cheios de fezes de animais, lixo rasgado por gatos e infestação de bichos. Para quem vive ali, o descaso tem piorado, especialmente neste ano.
RESUMO
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Moradores do bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, em Campo Grande, denunciam o abandono das praças públicas da região. Dois anos após reportagem inicial, a situação piorou, com mato alto, acúmulo de fezes de animais e infestação de pragas urbanas. Segundo relatos de antigos moradores, a manutenção das áreas públicas diminuiu significativamente em 2025. A Prefeitura, através da Sisep, afirma que realizou serviços de roçada e limpeza nas dez praças do bairro, mas admite que as chuvas frequentes aceleraram o crescimento do mato.
Na matéria publicada em julho de 2022, o jornal já apontava que as praças haviam virado depósito de entulho. Hoje, a situação é ainda mais crítica, conforme relatos de quem mora há décadas na região.
O aposentado Fernando Veríssimo, de 82 anos, mora no bairro desde 1988 e foi um dos primeiros a se mudar pro local. Ele conta que desejava envelhecer em um ambiente tranquilo, mas esse não é mais o caso. “A praça está tomada pelo mato, as árvores largadas, ninguém poda. As folhas entopem a calha da minha casa. Pago pra limpar, porque não posso mais subir em escada. Antes eu mesmo capinava, agora não dá mais, porque está tudo cheio de cocô de cachorro. O povo solta os bichos e ninguém limpa.”
Ele afirma que o problema se agravou desde o início do ano. “Ano passado vinham limpar todo mês. Esse ano só passaram uma vez. E com chuva o mato cresce rápido. Já teve rato, barata, até caranguejo entrando em casa.”
Sentada tomando chimarrão em uma das praças, a aposentada Antônia Coronel, de 70 anos, logo desabafa ao encontrar a reportagem: “Tá muito mato, muito sujo. A gente tem medo até de levar a criança na creche. As praças estão todas abandonadas. ”
Vizinha de Antônia, Sônia Pereira dos Santos, de 61 anos, criou os filhos nas praças do bairro, mas hoje lamenta que não consegue levar a mãe, de 92 anos, para se sentar embaixo do pé de tamarindo. “É insuportável. Está cheio de mato, buraco, lesma e fezes de cachorro. A limpeza só veio uma vez este ano”, relata.
Outro lado - A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), informou que a região do Arnaldo Estevão foi uma das primeiras a ser atendida neste ano. Segundo a pasta, foram executados serviços de roçada e limpeza em todas as 10 praças existentes no conjunto de bairros da região.
No entanto, a prefeitura reconhece que, por conta das chuvas mais frequentes em 2025, o mato voltou a crescer rapidamente, inclusive em áreas recentemente atendidas. Para otimizar o trabalho, a Sisep afirma que está organizando a limpeza por regiões, concluindo todas as praças de um setor antes de avançar para outros bairros.
Sobre o lixo, a administração municipal atribui o problema à ação de moradores que descartam materiais em locais inadequados. A orientação é que a população denuncie os casos à Patrulha Ambiental da Guarda Civil Metropolitana, pelo telefone 153.
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