ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Assassina confessa de chargista fica presa

Juiz decidiu pela conversão da prisão temporária em preventiva de Clarice Azevedo que matou Marco Atônio Borges

Anahi Zurutuza e Marta Ferreira | 21/12/2020 11:13
Clarice com o rosto coberto ao chegar à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) (Foto: Paulo Francis)
Clarice com o rosto coberto ao chegar à DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) (Foto: Paulo Francis)

O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu manter presa Clarice Silvestre de Azevedo, 44 anos, a assassina confessa do chargista Marco Antônio Rosa Borges, de 54 anos. A conversão da prisão temporária em preventiva (por tempo indeterminado) é de sexta-feira (18) e foi dada em processo que tramita em sigilo.

O magistrado entendeu que Clarice deve continuar presa para a garantia da ordem pública, “visto que, ao que tudo indica, o crime foi extremamente grave e teve grande repercussão”, destacou a maneira cruel como foi praticado e registrou a necessidade de preservar testemunhas.

“Há de ressaltar-se, também, que o teórico crime foi praticado com extrema crueldade, o que denota a periculosidade da ora representada e o seu descaso em relação ao meio social. Ademais, faz-se necessária a prisão da denunciada por necessidade de garantir-se a conveniência da instrução criminal, diante da possibilidade de influenciar no depoimento de eventuais testemunhas”, diz a decisão de Pereira do Santos.

Chargista Marco Antônio Rosa Borges tinha de 54 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Chargista Marco Antônio Rosa Borges tinha de 54 anos (Foto: Arquivo pessoal)

O crime – O assassinato do chargista provocou comoção em Campo Grande no fim de novembro. A vítima foi esquartejada e as partes do corpo colocadas em três malas e depois incendiadas, em terreno no Jardim Corcovado.

Clarice se entregou à polícia no dia 24 de novembro e confessou o homicídio. Disse ter matado Marco Antônio Borges, com quem tinha um relacionamento, depois de ser agredida pela vítima, durante um acesso de raiva.

A coluna “Capivara Criminal”, publicada semanalmente pelo Campo Grande News, apurou, porém, a existência de indícios de premeditação e de que sequer aconteceram os tapas citados pela assassina confessa.

Na dinâmica relatada por Clarice, houve empurrão, homem caiu da escada e foi parar em cima de um colchonete. Só aí, foi golpeado, não sabe quantas vezes, com uma faca.

Na sequência, para tentar se livrar do corpo, ela esquartejou o cadáver, com a ajuda do filho de 21 anos, colocou nas malas e levou para terreno vizinho à casa do rapaz. Entre a casa dela, no Monte Castelo, e a do filho, na saída para Sidrolândia, Clarice ficou cerca de 20 horas até abandonar os restos mortais do cartunista.

Os exames feitos no lugar onde Clarice cometeu o assassinato, no Monte Castelo, indicam que ela contou os fatos de forma diferente como aconteceram. Marcos Borges, conforme a investigação jornalística da coluna, estava na cama usada por Clarice, possivelmente de costas, quando levou a primeira facada.

A mulher responde por homicídio doloso, ocultação e destruição de cadáver. Se ficar confirmado, ao fim do inquérito, que ela planejou tudo, podem ser acrescidas qualificadoras que ampliam a possibilidade de punição e dificultam a defesa diante de eventual tribunal do júri.

Nos siga no Google Notícias