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Capital

Base da Guarda funciona, mas ao sair de bairros rotina de crimes reaparece

Reportagem percorreu três bairros que receberam base móvel da Guarda Civil Metropolina e escutou comerciantes

Por Clara Farias | 08/07/2024 06:33
Guardas em frente ao Carandiru, condomínio invadido por famílias sem teto. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Guardas em frente ao Carandiru, condomínio invadido por famílias sem teto. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Pouco tempo após a Base Móvel da Guarda Civil Metropolitana sair dos bairros da Capital, moradores já percebem a rotina de crimes reaparecer. O Campo Grande News percorreu três bairros que tiveram base móvel instalada durante 7 a 14 dias, na região leste da Capital.

A reclamação dos comerciantes e moradores é a mesma: enquanto os guardas estão no bairro, o índice de criminalidade e "baderna" reduzem. Mas na semana seguinte, os furtos já retornam.

No Maria Aparecida Pedrossian, a comerciante Marta Borges do Santos, 47 anos, conta que já teve seu comércio furtado oito vezes, dos 9 anos que está por ali.

O último aconteceu na madrugada de segunda-feira (1°), depois que já não havia base da Guarda. O prejuízo foi estimado em R$ 1.800. O comércio de Marta fica ao lado da Associação de Moradores do bairro, onde ficou instalada a base móvel da Guarda Civil Metropolitana. "O que adiantou ter a guarda por pouco tempo aqui? Eles arrombaram três cadeados e levaram tudo", reclamou.

Ela conta que hoje mora no Conjunto Oiti, que fica na região do Maria Aparecida Pedrossian, e diz que o bairro também é carente de uma policiamento permanente. "As casas são furtadas direto, o pessoal sai pra trabalhar e os ladrões entram e furtam tudo. De madrugada, os comércios são furtados direto", finalizou ela.

O presidente da Associação de Moradores do Maria Aparecida Pedrossian, Jânio Batista de Macedo, 65 anos, descreve a região leste como o local que mais cresce na Capital. Por esse motivo, ele afirma que é necessário um posto da PM (Policia Militar) ou da GCM. "A região possui mais de 32 mil habitantes, com 10 comunidades e 4 Damhas", explicou Jânio.

Local em que a base móvel da Guarda Civil Metropolitana estava instalada na Mata do Jacinto (Foto: Clara Farias)
Local em que a base móvel da Guarda Civil Metropolitana estava instalada na Mata do Jacinto (Foto: Clara Farias)

Na região da ocupação conhecida como Carandiru, a situação é a mesma. Apesar de "assustar" os ladrões e arruaceiros durante a sua permanência, as práticas ilegais voltam a aparecer quando a guarda sai. A empresária Ana Karla Santos, 28 anos, contou que abriu um bar no bairro há um ano e já foi furtada três vezes.

Ana considera difícil morar e ter seu comércio na região, visto que há muitos usuários de drogas. "Aqui tem muito roubo, os 'nóia' rouba aqui, ali, e levam tudo o que conseguem lá pro Carandiru. É muito complicado. As casas aqui da rua todas foram invadidas e tiveram a fiação furtada", contou.

Para ela, e pro representante comercial Alberto Pacheco, de 51 anos, a solução seria um posto fixo da GCM ou da PM. "Nos primeiros dias não temos visto os usuários por aqui, mas só o tempo dirá se eles voltarão com aquela força. Mas acho que se ficasse permanente por aqui, evitaria esses pequenos furtos que ocorrem diariamente", disse Alberto.

Base móvel da Guarda Civil Metropolitana no Jardim Noroeste (Foto: Idaicy Solano/Arquivo)
Base móvel da Guarda Civil Metropolitana no Jardim Noroeste (Foto: Idaicy Solano/Arquivo)

No Jardim Noroeste, um dos primeiros a receber a base móvel, a comerciante Luciana de Almeida, 46 anos, relata que está acostumada com a rotina do bairro, a unidade móvel saiu, mas a Guarda passou a fazer rondas frequentes. "Furto corriqueiro sempre tem, é corriqueiro. O mercado aqui foi arrombado a muito tempo atrás, hoje em dia está tranquilo", contou.

Luciana diz que o comportamento das pessoas do bairro mudou muito nos últimos anos. "'Pra' gente  é sempre bom que tenha um policiamento efetivo, inibe bastante a criminalidade e mostra pros ladrões que não estamos sozinhas", finalizou ela.

Para a auxiliar de padaria, Marta Moura, 46 anos, que mora no Jardim Noroeste a cinco anos, é questão de tempo para que a tranquilidade da região acabe. "O pessoal ficou quietinho, a arruaceira acabou mas 'já já' volta. Tem de tudo, é adolescente, gente velha, que se une pra fazer arruaça aqui na pracinha", comentou.

Por medo da "bandidagem" os comerciantes que falaram com a reportagem pediram para que não fosse feitas imagens.

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