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Capital

Bebê sem intestino precisa de R$ 2 mi para fazer transplante nos EUA

João Humberto | 23/07/2016 10:05
A pequena Maryáh nasceu no último dia 15 e já perdeu peso; família teme que morra por desnutrição caso não seja logo encaminhada a tratamento (Fotos: Arquivo Familiar)
A pequena Maryáh nasceu no último dia 15 e já perdeu peso; família teme que morra por desnutrição caso não seja logo encaminhada a tratamento (Fotos: Arquivo Familiar)

A pequena Maryáh Alice Vitorya Centurião Amaral nasceu de oito meses, com 2,3 quilos, no último dia 15 no Hospital Regional em Campo Grande. Como vomitava o leite que ingeria a bebê foi examinada e os médicos descobriram que ela não tem intestino. Agora, só um transplante avaliado em R$ 2 milhões, nos Estados Unidos, pode salvá-la.

Avó da recém-nascida, a manicure Mara Alice do Nascimento Centurião, 40, detalha que a neta foi diagnosticada com gastrosquise, malformação fetal decorrente de defeito na formação da parede abdominal, caracterizado pela presença de abertura no abdômen, tornando possível a exposição de vísceras, como estômago e intestinos.

Quando Alice Centurião Alves, 15, mãe da bebê, descobriu que estava grávida, fez os ultrassons, que mostraram que o intestino da criança estava para fora da barriga. Por isso, a criança só poderia nascer em hospital com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

No entanto, durante o tempo em que Maryáh ficou na barriga da mãe, seu abdômen fechou e acabou matando a alça intestinal. Parte do intestino ficou para fora, mas o pedaço de dentro necrosou.

Quando Maryáh nasceu, os médicos observaram que a barriga da recém-nascida estava fechada e acreditaram que a situação era estável. Mas como a pequena vomitava o leite consumido, fizeram exame e detectaram o intestino necrosado, retirando-o.

Por esse motivo, Maryáh não pode sair do Hospital Regional até que seja decidido onde fará a cirurgia. No Brasil, há apenas três centros de tratamento para bebês que nascem com intestino curto: Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Quase todo o alimento que a recém-nascida consome vai para a bolsa de colostomia
Quase todo o alimento que a recém-nascida consome vai para a bolsa de colostomia

Antes de ser submetida à cirurgia, realizada em Miami, nos Estados Unidos, Maryáh deve receber tratamento em algum desses locais para adquirir peso. Oito dias após o nascimento ela está com 2 quilos, ou seja, perdeu 300 gramas.

Alimentação – Desde que nasceu a criança tem se alimentado por meio de nutrição parenteral, que substitui a alimentação normal. A solução preparada para equilibrar as demandas dos organismos reúne carboidratos, aminoácidos, lipídeos, vitaminas, minerais e é injetada na veia.

Mara Alice afirma que a neta não faz as necessidades fisiológicas, pois não absorve todo o alimento. Fator preocupante é que o alimento que ela ingere ataca o fígado, podendo causar cirrose e por isso o hospital tem que emitir logo um laudo para que Maryáh seja encaminhada ao centro do Rio Grande do Sul para ganhar peso.

A maior parte da solução parenteral consumida por Maryáh cai na bolsa de colostomia, resultado de procedimento cirúrgico que consiste na abertura de parte do abdômen para fazer ligação com intestino no sentido de que as fezes e gases sejam eliminados ali. A este procedimento acopla-se bolsa adesiva, coletora de produtos intestinais.

Maryáh teve parte do intestino necrosado e pequeno pedaço que ficou não é suficiente para armazenar alimento consumido
Maryáh teve parte do intestino necrosado e pequeno pedaço que ficou não é suficiente para armazenar alimento consumido

O laudo para solicitar encaminhamento da pequena ao centro de tratamento no Rio Grande do Sul pode ser emitido pelo hospital, que também pode solicitar vaga diretamente àquele centro. No entanto, caso haja muita burocracia, a família tentará obter o laudo por meio da Justiça, apesar da demora.

Está marcada para a próxima terça-feira (26), às 10h, no Hospital Regional, reunião entre a família de Maryáh e equipe médica para definir o futuro da pequena paciente. “Caso essa transferência não aconteça logo, minha neta pode morrer por desnutrição”, protesta Maria Alice.

Doações – Mara Alice, a filha Alice e o genro Clemerson de Souza Amaral, 35 anos, são de Bandeirantes e estão ficando na casa da irmã de Mara, em Campo Grande. Eles contam com doações, que podem ser feitas na CEF (Caixa Econômica Federal), por meio da agência 1568, operação 023, conta poupança 00004065-8, em nome de Mara Alice do Nascimento Centurião.

Quem quiser ajudar com fraldas e produtos de limpeza e banho para Maryáh, podem também ligar para os telefones celulares (67) 99230-9811 e 99675-6404.

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