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Capital

Brasil vai desenvolver teste para detecção de zika em bolsas de sangue

Natalia Yahn | 20/02/2016 08:29
Agente de controle de endemias e soldados do Exército durante ação de combate aos criadouros do Aedes. Militares auxiliaram nas ações entre os dias 16 e 19 de fevereiro. (Foto: Fernando Antunes)
Agente de controle de endemias e soldados do Exército durante ação de combate aos criadouros do Aedes. Militares auxiliaram nas ações entre os dias 16 e 19 de fevereiro. (Foto: Fernando Antunes)

O Ministério da Saúde divulgou ontem (19), que vai incluir o vírus zika no teste NAT realizado nas bolsas de sangue em todo o País. O teste já identifica os vírus HIV, hepatite B e C para controle e segurança do sangue nos hemocentros nacionais. A ação contará com o apoio dos Estados Unidos para dar celeridade nos processos de registro e a expectativa é que o Brasil se torne um centro de referência para validação dos ensaios ou testes moleculares que tem o vírus zika como alvo.

A produção do teste com a inclusão do vírus zika será feito pelo Laboratório Biomanguinhos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro (RJ), que já detém a plataforma NAT no País. Neste processo, devem ser colhidas e analisadas cerca de 300 amostras de sangue com o vírus. A previsão é que o teste esteja disponível nos laboratórios da rede pública de saúde até o final deste ano. A celeridade dos processos de registro ficarão a cargo de parceria firmada entre Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o FDA, agência reguladora dos EUA.

O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro, ontem (19), após Reunião Bilateral Brasil-EUA Fortalecimento da Cooperação para a Resposta à Epidemia do Vírus Zika, realizada em Brasília (DF). “Fortalecemos neste encontro a importância do desenvolvimento de novos estudos epidemiológicos e clínicos que permitirão a melhor compreensão sobre a infecção pelo vírus zika e suas consequências, com vistas à adoção de medidas de prevenção e controle. Brasil e Estados Unidos já estão trabalhando conjuntamente nesta direção”.

Também como resultado deste encontro, que reuniu os principais especialistas em saúde do Brasil e dos Estados Unidos, será formado um comitê para dar continuidade no desenvolvimento de pesquisas para diagnóstico, controle, vacina e tratamento contra o vírus zika. “Os EUA e o Brasil têm um papel fundamental na busca de uma resposta para enfrentar o surto do vírus zika. As doenças infecciosas não respeitam fronteiras. Nossos esforços conjuntos e ações estratégicas podem produzir resultados que vão beneficiar a todos”, ressaltou a Embaixadora Liliana Ayalde.

Já estão em andamento outras parcerias entre os dois países, como a firmada com a Universidade do Texas para o desenvolvimento da vacina com o vírus zika. Também estão no Brasil, no estado da Paraíba, 15 pesquisadores do CDC juntamente com os técnicos do Ministério da Saúde, para fazer a correlação entre o vírus zika e a microcefalia.

Plano Nacional – No final do ano passado, com o aumento do registro de casos das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e suas complicações, o Ministério da Saúde decretou Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e a presidente Dilma Rousseff (PT) lançou o Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia com medidas emergenciais que estão sendo colocadas em prática para intensificar as ações de combate ao mosquito. Todos os órgãos federais estão mobilizados para atuar conjuntamente neste enfrentamento, que conta também com a participação dos governos estaduais e municipais.

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