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Capital

Capital registrou 391 novos casos de hepatites virais em quatro anos

Entre 2020 e 9 de maio de 2024, Sesau registrou 160 casos de hepatite B, 230 do tipo C e 1 caso de coinfecção

Por Mylena Fraiha | 17/05/2024 17:11
Paciente realiza teste rápido para diagnóstico da hepatite com uma gota de sangue (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Paciente realiza teste rápido para diagnóstico da hepatite com uma gota de sangue (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

Mesmo com a vacina disponível nos postos de saúde, Campo Grande registrou 391 novos diagnósticos de hepatites virais em um período de quatro anos, conforme dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Desse total, 160 casos são de hepatite B, 230 de hepatite C e houve um caso de coinfecção por ambos os vírus. Não foram registrados casos de hepatite A entre 2020 e 9 de maio deste ano.

A gastroenterologista e hepatologista Luciana Araújo Bento explica que o termo "hepatite" refere-se à inflamação do fígado, podendo ser causada por vírus, álcool, agressão autoimune, medicamentos e até chás.

As hepatites mais comuns são as virais, cada uma apresentando comportamentos distintos. A Hepatite A, por exemplo, é causada pelo vírus HAV, é comum na infância, autolimitada e não se torna crônica.

Por sua vez, a Hepatite B, causada pelo vírus HBV, pode se tornar crônica, levando a complicações como cirrose e câncer de fígado. A transmissão desse tipo é por sangue e via sexual. Já a Hepatite C, causada pelo vírus HCV, também pode se tornar crônica e causar cirrose, sendo transmitida de forma semelhante.

As unidades de saúde da Capital realizam a vacinação contra as hepatites A e B. A vacina para hepatite A é aplicada em crianças até 12 meses de vida, enquanto a hepatite B é administrada ao nascer, podendo ser realizada em qualquer idade por meio de um esquema vacinal com três doses, incluindo adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Além disso, a testagem rápida para hepatites B e C está disponível nas 72 unidades básicas de saúde e nas unidades de saúde da família (UBSs e USFs), sendo uma maneira precoce para o diagnóstico da doença.

É importante ressaltar que houve uma queda significativa nas notificações durante os anos de 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19, conforme explicação da Sesau. A hipótese levantada pela pasta é de que houve um aumento nas subnotificações.

Prevenção e tratamento - A prevenção das hepatites virais envolve conscientização sobre os modos de transmissão, como não compartilhar agulhas e seringas, usar preservativo e não compartilhar utensílios de manicure e lâminas de barbear. A médica destaca que há vacinas eficazes e seguras para hepatites A e B.

Em relação aos sintomas, muitas vezes a hepatite pode ser assintomática, mesmo quando grave. Sintomas como olhos amarelos, fadiga, febre, dor abdominal, náuseas, urina escura e fezes esbranquiçadas devem ser observados. “Hoje o tratamento é eficaz, inclusive fornecido pelo SUS e com poucos efeitos colaterais. A hepatite C tem cura e a hepatite B tem tratamento de controle”, afirma Luciana.

A médica também alerta para outras formas de hepatite que merecem atenção, como as hepatites medicamentosas, frequentemente causadas pela automedicação, abuso de suplementos, chás e vitaminas.

"A automedicação é um problema sério, assim como o abuso de suplementos, chás e vitaminas. A hepatite alcoólica também é muito grave, mesmo que o paciente não desenvolva cirrose", adverte Luciana.

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