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Capital

Com lago seco, frequentadores se surpreendem com quantidade de terra

Visitantes se assustam com quantidade de terra retirada do fundo do lago do Parque das Nações Indígenas

Ronie Cruz | 01/07/2019 15:04
Espelho d'água dá lugar para terra após lago secar no Parque das Nações Indígenas (Foto: Marina Pacheco)
Espelho d'água dá lugar para terra após lago secar no Parque das Nações Indígenas (Foto: Marina Pacheco)

O lago principal do Parque das Nações Indígenas amanheceu praticamente seco nesta segunda-feira (1º) e as máquinas que trabalham na obra de desassoreamento aproveitam para retirar a terra que causou espanto e indignação de frequentadores. Quem visita o local nas poucas entradas que continuam abertas se surpreende com o cenário impensável em outros dias.

Luciano Corrêa dos Santos, 33, coletor de resíduos, por exemplo, disse que faz corrida diariamente no parque, mas nunca tinha visto o fundo do lago. “Chama a atenção. Não imaginava que tinha tanta terra. É de surpreender”, disse.

O motorista Moisés Vale dos Santos, 36, aproveitou as férias e levou os dois filhos de 10 e 12 anos para dar um passeio no parque e também ficou surpreso com o cenário. Ele nem acreditou quando viu uma reportagem sobre o lago assoreado.

“Moro aqui faz 20 anos e nunca vi o lago assim. É mais fundo do que eu imaginava. Se cheio de lama já é fundo imagina se não tivesse. Isso aí é resultado da cidade que não cuida e vai destruindo. Está bem feio, mas é pra melhor né”, disse.

Duas retroescavadeiras, 11 caminhões caçamba e uma patrola foram vistas pela reportagem trabalhando nas obras do lago nesta segunda-feira (1º). As obras estão sob a responsabilidade da Sisep (Secretaria de Serviços Públicos e Infraestrutura). O esvaziamento do segundo lago começou no dia 17 de junho. 

Apesar de a principal atração do parque estar provisoriamente afetada, a gerente comercial Jhovana Almeida Mendonça, 20 anos, e a irmã reuniram mais três amigas e saíram de ônibus da Chácara das Mansões só para fazer piquenique no Parque das Nações Indígenas. Elas moram a 33 quilômetros do local.

“É a segunda vez que a gente vem fazer piquenique. A primeira vez tava sujo, mas com água. Eu lembro até de algumas cruzes colocadas em protesto como se o lago estivesse morrendo. Fiquei abalada com aquilo. É triste mas se Deus quiser vai ficar cheio de novo”, disse Jhovana.

Obras - De acordo com a superintendência de serviços da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), esta fase das obras vai utilizar seis escavadeiras hidráulicas e 30 caminhões basculantes. As obras devem durar de 3 a 4 meses.

Peixes - Ao todo, foram retiradas 13 espécies de peixes, a maior parte de lambaris. O gerente de Recursos Pesqueiros do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Vander Fabrício de Jesus, estima em 10 mil a quantidade retirada do local. O maior foi um pacu de 12 quilos e 80 centímetros de comprimento, que faria qualquer adepto da pesquisa feliz.

Como o lago menor já foi desassoreado, o cardume foi solto nele. A operação evita, assim, a cena de peixes morrendo, como já ocorreu durante os serviços. Ela começou na quinta-feira passada e acabou nesta quarta-feira.

Os serviços foram iniciados pela Prefeitura, para acabar com os bancos de areia nos dois lagos, que provocaram indignação de frequentadores do espaço de lazer.

Além dos peixes, houve achados indesejados: lixo deixado pelos frequentadores do parque. Pneus, plásticos, garrafas e até aparelho celular foram achados.

Após o fim das obras, os animais serão devolvidos ao lago maior. As obras de desassoreamento têm previsão de retirar 140 mil metros cúbicos de sedimentos do lago. O custo é estimado em 5 milhões, para devolver ao Parque das Nações um dos seus principais cartões postais, tão presente nas fotos de pôr-do-sol.

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