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Consórcio reduz custo até com bluetooth em pneu, mas preço de passagem só cresce

O consórcio quer aumento da tarifa técnica de R$ 5,95 para R$ 7,79, inclusive luta na Justiça para isso

Por Lucia Morel e Izabela Cavalcanti | 07/01/2025 15:48
Consórcio reduz custo até com bluetooth em pneu, mas preço de passagem só cresce
Ônibus superlotado antes das férias escolares, em novembro de 2024. (Foto: Henrique Kawaminami)

Só em combustível, o Consórcio Guaicurus gasta R$ 4,5 milhões ao mês. Para fazer frente às despesas, a empresa acaba adotando medidas de economia, mas cujos valores negativos não são repassados ao usuário. A tecnologia é determinante nessa redução de gastos, com índices não divulgados. Segundo o ex-presidente e atual diretor institucional da empresa, João Rezende, é difícil mensurá-la.

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O Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, gasta R$ 4,5 milhões mensais em combustível, consumindo 750 mil litros de diesel. Apesar de utilizar tecnologias como telemetria e monitoramento de pneus para reduzir custos, a empresa busca na justiça um aumento da tarifa técnica de R$ 5,95 para R$ 7,79, alegando desequilíbrio econômico-financeiro, mesmo com um laudo anterior indicando lucro. O novo diretor-presidente planeja utilizar novas tecnologias, como inteligência artificial, para otimizar ainda mais as operações e reduzir gastos.

“Eu não mensuraria aqui, mas é algo importante, sempre importante, porque o transporte é isso: são muitos números. Por exemplo, nós consumimos hoje em torno de 750 mil litros de diesel por mês. Com certeza, poderia ser um gasto maior”, sinalizou esta manhã (7) durante posse e apresentação do novo diretor-presidente do consórcio, Themis de Oliveira. Ao custo médio de R$ 5,94 em Mato Grosso do Sul, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), os 750 mil litros de diesel consumidos na frota saem a R$ 4,5 milhões ao mês.

Controle e segurança - Em 2023, o Consórcio trocou mais de 70 ônibus grandes por tamanhos compactos, para rodarem em horários que o movimento cai consideravelmente. Assim, o custo de combustível com essa frota foi reduzidos.

Entre as outras medidas que geram economia nas contas do Consórcio Guaicurus está otimização na posição das garagens, que gera a chamada “quilometragem produtiva”, conforme Rezende. Isso significa que as linhas feitas pelas empresas que formam o consórcio são determinadas conforme a localização de suas garagens.

Há ainda a telemetria, que é um computador de bordo que acompanha o motorista o tempo todo na sua condução. “Se ele está acelerando acima daquilo necessário, se ele está freando bruscamente, o computador de bordo comunica com o motorista essa orientação. Isso resulta, não só na diminuição do consumo de diesel, como na segurança da viagem”, citou o ex-diretor-presidente.

Outra ação tem objetivo ambiental, é o projeto Despoluir, que mede a emissão de gases de toda a frota. “A CNT (Confederação Nacional do Transporte) tem uma equipe técnica que vai até as garagens medir o grau de emissão de fumaça dos nossos veículos”, o que também gera economia.

Rezende cita ainda a tecnologia nos pneus via bluetooth, que através de parceria com a fabricante monitora a pressão, diminuiu o desgaste e aumenta a vida útil. “Hoje você aproxima o celular do pneu e já tem temperatura, pressão, para que passe uma correção e tenha uma performance maior dos pneus”.

Subindo - Mas mesmo sem o detalhamento do corte de gastos da empresa, uma coisa é certa: ela não reflete no valor da tarifa. Inclusive, o consórcio luta na Justiça para garantir o aumento do preço da passagem e, também, o reequilíbrio econômico-financeiro, em processos que tramitam na Justiça Estadual.

O consórcio quer aumento da tarifa técnica de R$ 5,95 para R$ 7,79. Com os subsídios, para o consumidor final, esse valor fica menor, sendo a passagem atual de R$ 4,75, mesmo a tarifa técnica sendo de R$ 5,95.

Laudo pericial de 2023 no processo de reequilíbrio indicava lucro ao invés de perdas da empresa em sua atuação no transporte coletivo de Campo Grande. “(...) embora o consórcio tenha obtido uma renda inferior à projetada, face a diversos fatores, restou demonstrado que a Taxa de Retorno observada entre 2012 e 2019 através do Patrimônio Líquido ajustado foi de 21,75%, (...) ou seja, não se constatou desequilíbrio econômico no período com base nos critérios estabelecidos (...) do Contrato em questão”, sustentou.

Não satisfeito, o consórcio contratou perícia própria, que realizou análises e coletou documentos em 2 de dezembro. Ainda não há resultado.

Sem citar as ações em andamento, o novo diretor-presidente afirmou que vai lançar mão das novas tecnologias para conseguir economizar mais. “Vou buscar isso com muita determinação. São novas tecnologias que estão chegando, inteligência artificial conseguindo fazer roteirização, escalas, eu acho que tem muita coisa nova acontecendo que nós vamos buscar”.

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