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Capital

CPI constata falta de médicos e até otoscópio em postos de saúde

Bruno Chaves | 23/07/2013 18:12
Deputados percorreram unidades de saúde da cidade nesta terça-feira (23) (Foto: Marcos Ermínio)
Deputados percorreram unidades de saúde da cidade nesta terça-feira (23) (Foto: Marcos Ermínio)

Infraestrutura precária, falta de médicos e até de equipamentos como o otoscópio – que serve para observar o interior da orelha – foram os principais problemas constatados nas unidades municipais de saúde de Campo Grande. A constatação foi feita pelos deputados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde da Assembleia, nesta terça-feira (23).

Na Unidade Básica de Saúde do Nova Bahia (Dr. Gunter Hans), por exemplo, os parlamentares descobriram que não existe atendimento médico. No local, apenas duas enfermeiras lidam com os pacientes, mas só durante o dia, já que a noite não existe expediente.

No Centro Regional de Saúde Nova Bahia, que fica no mesmo prédio da unidade básica, funcionários relataram aos deputados Amarildo Cruz (PT), presidente da CPI, e Junior Mochi (PMDB), relator, que 12 clínicos gerais atendem a população nos três períodos do dia. Já o pediatra do local só trabalha a noite. Ou seja, durante o dia, os pais da região não têm como encaminhar os filhos para atendimento de emergência no local.

Ao visitarem a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Coronel Antonino, os parlamentares descobriram que 7 clínicos gerais atendem pacientes. Porém, para os funcionários da unidade, mais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem deveriam atuar no local.

Do outro lado da cidade, no Centro Regional de Saúde das Moreninhas III, a CPI encontrou uma situação caótica. Lá, o prédio é antigo e oferece poucas condições de atendimento médico. Os pediatras só atendem de segunda a quinta-feira e os pacientes psiquiátricos têm dificuldades em conseguir atendimento.

Segundo os funcionários do local, a unidade não recebe melhorias na infraestrutura porque ao lado do prédio está sendo erguida a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas. Outra reclamação de quem vai ao centro regional da região é a questão da fila. As pessoas que aguardam atendimento são obrigadas a ficarem do lado de fora do prédio, onde ficam expostas as condições climáticas, como chuva e frio.

No Centro Regional de Saúde do Aero Rancho, funcionários relataram aos deputados que o local não possui colchões para pacientes. Os que estragaram foram jogados no pátio e não foram recolhidos pela prefeitura. As janelas estão emperradas e existem buracos de aparelhos de ar condicionado que não foram tapados.

O centro também sofre com a falta de desfibrilador, que estragou e foi mandado para conserto, mas até o momento não retornou. A unidade trabalha com um desfibrilador emprestado e não possui otoscópio.

A falta de pediatras também assola o Aero Rancho. A especialidade só é oferecida de quinta-feira a domingo no período noturno.

Depois das visitas, os deputados decidiram que irão solicitar à Prefeitura de Campo Grande, pode meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), documentos que comprovem a escala dos médicos nas unidades de saúde da cidade, além de pedirem informações sobre equipamentos em todas as unidades e sobre os problemas com colchões no Aero Rancho.

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