De restaurante a confeitaria, donos reclamam de pagar por coleta de lixo
Nativas Grill contrata coleta privada antes do corte da Solurb; audiência discute tema nesta tarde
Às vésperas da suspensão da coleta de lixo para os chamados “grandes geradores” em Campo Grande, estabelecimentos como a Churrascaria Nativas Grill já se anteciparam. O gerente da unidade, Alex Wastowski, conta que firmou contrato com uma empresa privada para garantir a continuidade do serviço a partir desta quinta-feira (1º), mas afirma que o custo será quase o dobro.
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A suspensão da coleta de lixo para grandes geradores em Campo Grande tem gerado preocupação entre comerciantes. A medida, que entra em vigor nesta quinta-feira, afeta estabelecimentos que produzem mais de 50 quilos de resíduos diários, como restaurantes e supermercados. Alguns estabelecimentos já se anteciparam contratando empresas privadas, relatando aumento significativo nos custos. A Fiems entrou na Justiça solicitando suspensão do acordo, alegando falta de tempo para adaptação. Uma audiência de conciliação foi marcada para discutir possível prorrogação do prazo.
“Acompanhei o processo, pesquisei e encontrei uma empresa. Vou ter que separar os resíduos, enquanto antes a Solurb levava tudo. Vai pesar no bolso, mas não dava para correr o risco de ficar sem coleta”, afirmou.
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O empresário Jimmy Rockenbach, da Confeitaria Bico Pintanga, disse que até o momento não resolveu nada. "Hoje haverá uma audiência de conciliação entre a Solurb e o Ministério Público, e estou na expectativa de que ocorra uma dilação de prazo. Espero que dê certo, especialmente porque os custos devem aumentar mais de 400%", disse.
A suspensão do serviço foi anunciada pela concessionária CG Solurb e atinge estabelecimentos que produzem mais de 50 quilos de lixo por dia, como supermercados, restaurantes e açougues. A decisão, firmada em acordo com o Ministério Público, retira da Prefeitura a responsabilidade pela coleta desses locais, repassando o custo aos próprios geradores. Condomínios residenciais não serão afetados, mesmo que ultrapassem o limite diário.
A mudança preocupa também pequenos comerciantes, que ainda não sabem se serão incluídos na nova regra. No Restaurante Mineiro Malaquias, no Jardim Tarumã, a proprietária Hélida Rodrigues teme o impacto financeiro. “Achei injusto. Isso deveria valer só para empresas grandes. Aqui, temos separação, as cascas são recolhidas e o resto é basicamente plástico. Para comércio pequeno de bairro, vai pesar muito”, disse.
A mesma preocupação é compartilhada por Cristina Duarte, dona do restaurante Comida Caseira, também na Avenida Gunter Hans. Ela afirma que os recicladores já recolhem parte dos resíduos e que a comida é reaproveitada. “A gente já paga tanto imposto. Produzimos cerca de 50 quilos em dias alternados, mas é muito material leve. Esperamos não ser incluídos”, afirmou.
Justiça tenta conciliação - A Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) entrou na Justiça para tentar suspender os efeitos do acordo, alegando que as indústrias não foram ouvidas no processo e que a comunicação da Solurb foi feita sem tempo hábil de adaptação.
A Justiça designou uma audiência de conciliação para esta quarta-feira (30), às 16h, com possibilidade de participação remota. A decisão pode definir se o prazo de início da suspensão será mantido ou prorrogado.
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