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Capital

Defesa vai pedir a internação de ex-PM que furtou o corpo de mulher

José Gomes está preso desde domingo (17) quando foi flagrado dirigindo bêbado pela Polícia Militar

Geisy Garnes | 21/02/2019 16:10
José Roberto Rodrigues, advogado de defesa do ex-PM (Foto: Henrique Kawaminami)
José Roberto Rodrigues, advogado de defesa do ex-PM (Foto: Henrique Kawaminami)

A defesa de José Gomes Rodrigues, de 57 anos, suspeito de furtar o cadáver da ex-namorada, deve entrar ainda nesta tarde com pedido de liberdade provisória e internação em uma clínica psiquiátrica para o ex-policial militar. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Campo Grande depois de ser preso em flagrante dirigindo bêbado na noite de domingo (17).

Ao Campo Grande News o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa explicou que o documento que será entregue ao juiz da 5ª Vara do Criminal de Campo Grande nesta quinta-feira (21) pede que o ex-PM saia do presídio para ser internado em uma clínica psiquiátrica.

Segundo Rosa, o cliente sofre de esquizofrenia e a doença foi o motivo para sua expulsão da Polícia Militar há 21 anos. “O último lugar que ele tem que estar é no presídio, tem que estar internado para tratamento”, defendeu o advogado.

Junto ao pedido de liberdade, será anexado o laudo feito anos antes que atesta a doença psiquiátrica. Ainda assim, a defesa vai sugerir ao juiz a produção de um novo laudo, feito por peritos indicados pela própria justiça, para comprovar a esquizofrenia.

José Gomes prestou depoimento sobre o furto do corpo de Rosilei Potronieli, de 37 anos pela primeiro vez nesta quarta-feira (20). Segundo a delegada Nelly Gomes, da Delegacia de Polícia Civil de Dois Irmão de Buriti, o suspeito alternava entre os momentos de aparente surto e lucidez.

“Ele disse que ouvia vozes que falavam para ele praticar o crime e depois ouviu a voz da Rosilei dizendo que não queria ficar enterrada na cidade”, detalha. A todo o momento ele se contradizia, ainda segundo a delegada, e também chorou muito durante o depoimento.

“Ele disse que fez isso por amor. Disse também que os familiares dela não sofreram porque não gostavam dela. Só ele a amava, só ele se importava, então furtou o corpo para ficar perto dele”. O ex-PM ainda justificou o histórico de violência contra Rosilei – que soma 11 boletins de ocorrência - alegando que a mulher “o provocava”.

José durante audiência de custódia que determinou sua prisão (Foto: Guilherme Henri)
José durante audiência de custódia que determinou sua prisão (Foto: Guilherme Henri)

O caso - Rosilei foi esfaqueada no sábado, dia 9 de fevereiro, e morreu no dia 10. O velório e o enterro acontecerem na segunda-feira (11) pela manhã, mas no dia seguinte, após chamado do coveiro do cemitério, a Polícia Civil descobriu que o corpo havia sido furtado.

Após investigação e duas prisões, a polícia descobriu que o ex-tenente da PM, que tinha relacionamento marcado por idas e vindas com Rosilei, foi quem furtou o corpo. Segundo Edson, primo de José que ajudou na operação para levar o corpo do cemitério, o ex-PM e a mulher teriam um “pacto de amoro eterno”.

O cadáver foi localizado no dia 13, enterrado na chácara de Rodrigues, que fica em Campo Grande, na saída para Três Lagoas. Edson chegou a ser preso, mas foi ouvido e liberado. José está preso desde domingo (17), porque foi flagrado dirigindo bêbado em Campo Grande.

O ex-PM também é investigado por homicídio em Terenos e a namorada seria testemunha-chave. Pelo crime de subtração de cadáver, ele e o primo podem pegar pena máxima de três anos de prisão.

O assassino da Rosilei, Adailso Couto, 38, que a princípio não tem qualquer ligação com José ou com o furto do corpo, está preso desde o dia 14, quando se entregou na Delegacia de Polícia de Terenos.

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