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Capital

Deputada rebate associação e diz não existir “confronto individual” com PM

Camila Jara reforçou que sua preocupação é com a defesa dos direitos dos comerciantes e do lazer da população

Por Jhefferson Gamarra | 23/12/2024 16:10
Deputada Camila Jara encarando policiais durante ação na região central (Foto: Danilo Selva)
Deputada Camila Jara encarando policiais durante ação na região central (Foto: Danilo Selva)

A deputada federal Camila Jara (PT) se pronunciou após a ASPRA-MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) emitir uma nota de repúdio nesta segunda-feira (23) contra sua atuação durante uma abordagem policial na madrugada de domingo (22), em bares da região central de Campo Grande. A parlamentar negou que sua intervenção tenha sido um ato de confronto com a Polícia Militar e reforçou que sua preocupação é com a defesa dos direitos dos empreendedores e do lazer da população.

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A deputada federal Camila Jara (PT) rebateu uma nota de repúdio da ASPRA-MS por sua intervenção em uma abordagem policial em bares de Campo Grande, alegando defender os direitos dos empreendedores e o lazer da população. Jara afirma que os estabelecimentos possuíam alvarás válidos e já haviam encerrado as atividades, criticando a disparidade nas fiscalizações e alegando que o diálogo com o governo para equilibrar o funcionamento dos bares com a ordem pública não tem surtido efeito. A ASPRA-MS, por sua vez, considera a atitude da deputada indevida, destacando a legitimidade da operação policial e refutando as alegações da parlamentar, afirmando que esta não é a primeira vez que ela se opõe à atuação da PM.

“O episódio do fim de semana é apenas um episódio e estão tentando fazer parecer que seja um confronto individual entre a parlamentar Camila e a PM. Isso não existe. O que a gente está brigando é pelo direito de as pessoas empreenderem, gerarem renda, pelo direito do lazer da população”, afirmou a deputada.

De acordo com ela, os bares fiscalizados possuíam alvarás válidos e estavam encerrando as atividades quando a operação policial ocorreu. “Os alvarás têm licença de funcionamento, inclusive até as 4 da manhã, o bar já tinha parado, os dois estabelecimentos já tinham parado com a música”, explicou.

No entendimento da deputada, há uma disparidade nas operações de fiscalização, que se concentram em áreas populares, enquanto outros bares em regiões de maior poder aquisitivo não passam pelo mesmo rigor. “Temos dados que mostram que esses procedimentos ocorrem apenas em determinadas áreas. Se a PM pudesse nos fornecer informações sobre as fiscalizações em bares da elite da cidade, o Bolicho e Bada Bar, enfim, seria interessante”, comentou.

Por fim, a deputada relatou que participou de reuniões com o governador Eduardo Riedel (PSDB), o comandante da PM e empresários locais para buscar soluções que equilibrem o funcionamento dos bares com a manutenção da ordem pública. “Infelizmente, o diálogo não tem funcionado, e os proprietários de bares têm me pedido para acompanhar de perto, evitando abusos”, concluiu.

Rechaçando a atitude da deputada, a ASPRA-MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Mato Grosso do Sul) divulgou uma nota de repúdio contra a intervenção feita no final de semana. Segundo a associação, a parlamentar agiu de forma indevida em uma operação de fiscalização de alvarás e perturbação do sossego público, instigando os frequentadores a resistirem à atuação policial.

A associação destacou que a fiscalização de estabelecimentos comerciais é um procedimento legal e necessário para garantir a ordem e a segurança da população. “A abordagem policial é uma medida legítima e prevista em lei, visando assegurar a ordem e a segurança pública”, pontuou.

A nota esclareceu ainda que a busca pessoal de mulheres deve ser feita por outra mulher apenas em casos de revista, mas que a ausência de uma policial feminina não impede a realização da abordagem, conforme teria insinuado a deputada. “A busca pessoal deve ser realizada por uma mulher apenas quando houver necessidade de revista pessoal em outra mulher, salvo se isso causar retardamento ou prejuízo à diligência”, informou.

Além disso, a associação apontou que essa não é a primeira vez que a deputada se opõe a operações da Polícia Militar. Segundo eles, um episódio semelhante ocorreu durante seu mandato como vereadora, quando Jara questionou a atuação da PM em uma “festa LGBT” que descumpria medidas sanitárias durante a pandemia de covid-19.

A associação encerrou a nota reiterando seu compromisso com a defesa dos direitos dos policiais e afirmando que as críticas da parlamentar deslegitimam o trabalho da corporação. “Atitudes como a da deputada só enfraquecem o trabalho da corporação e promovem um discurso irresponsável, que vai na contramão do respeito às instituições e à cidadania”, concluiu.

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