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Capital

Duas semanas após operação, diretor do Detran é ouvido no Gaeco

Gerson Claro chegou acompanhado do advogado de defesa para prestar suas declarações

Izabela Sanchez e Guilherme Henri | 11/09/2017 15:00
À direita, Gerson Claro Dino, ex-presidente do Detran, chega ao Gaeco junto do advogado André Borges (André Bittar)
À direita, Gerson Claro Dino, ex-presidente do Detran, chega ao Gaeco junto do advogado André Borges (André Bittar)

Ex-diretor-presidente do Detran-MS (Departamento estadual de Trânsito), Gerson Claro Dino, chegou no início da tarde à sede do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), onde presta depoimento nesta segunda-feira (11). Gerson aparentou tranquilidade e declarou "ser a primeira vez, na vida, em que irá depor criminalmente".

O ex-diretor é um dos alvos da operação antivírus, que apura crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro na antiga gestão do Detran. Acompanhado do advogado André Borges, o ex-diretor falou com a imprensa antes de entrar no prédio para depor.

"Vou responder a todas as perguntas, se tiver que apresentar documentos vou apresentar, para provar que fiz uma gestão limpa. É a primeira vez que venho depor criminalmente em minha vida. Estou à disposição do órgão [Gaeco] para prestar esclarecimento e provar que não fiz nada nada de errado enquanto diretor-presidente", comentou.

Aposta da defesa - A defesa do ex-presidente do Detran vai pedir ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) a nulidade da operação Antivírus, realizada pelo Gaeco no dia 29 de agosto. Como justificativa, alega que Gerson Claro Dino era nomeado como secretário especial e, dessa forma, tem direito a foro privilegiado. Foi o que comentou no último dia 5 o advogado André Borges.

“Vou entrar com o pedido hoje, direcionado ao relator do habeas corpus informando a incompetência do Gaeco e do juiz do primeiro grau, pedindo a anulação”, afirmou.

A defesa pediu, segundo explicou, a nulidade total ou, de forma alternativa, da parte vinculada a Gerson Claro. O debate é sobre a forma e não o conteúdo da apuração. Gerson responde ao processo em liberdade após habeas corpus concedido no dia 29 de agosto pelo desembargador João Maria Lós durante plantão. Agora, o processo foi redistribuído para o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, a quem será encaminhado o pedido de nulidade.

Antivírus - Uma das vertente da Antivírus é sobre a contratação pelo Detran, com dispensa de licitação, da empresa Pirâmide Central Informática. Para o MPE, foi um “negócio da China”, com baixíssimo investimento e polpuda rentabilidade.

Criada em 2008, a empresa estava destinada a prestar assessoria de informática de clientes da Pirâmide Contabilidade. Entretanto, antes de conquistar o primeiro contrato com a administração pública, passou por mudanças.

Segundo o Gaeco, houve alteração do objeto contratual e elevação do capital social. A empresa nasceu com capital social de R$ 5 mil. Em abril do ano passado, ampliou a gama de serviços e, entre julho e agosto de 2016, meses antes de firmar o contrato com o Detran, recebeu R$ 1,2 milhão da Digitho Brasil, atual Digix.

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