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Capital

Durante feriado, 18 plantões ficaram sem médicos em cinco postos de saúde

Profissionais têm 48h a contar desta terça-feira para apresentar uma justificativa para a falta; CRM é notificado sobre ausência

Yarima Mecchi | 02/05/2017 12:29
Pacientes foram embora de UPA Universitário no domingo. (Foto: Alcides Neto)
Pacientes foram embora de UPA Universitário no domingo. (Foto: Alcides Neto)

O feriado prolongado do Dia do Trabalho foi de transtorno para os pacientes da rede municipal de saúde de Campo Grande. Com 18 plantões desfalcados por médicos que estavam na escala, mas não compareceram ao posto de trabalho, o jeito foi migrar para outras unidades em busca de atendimento.

Ao todo cinco postos de saúde tiveram furos na escala e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário precisou dispensar pacientes no domingo (30) porque não havia como atender a demanda. Três médicos não foram trabalhar.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) divulgou que 18 plantões ficaram desfalcados entre sexta-feira (28 de abril) e segunda-feira (1º de maio).

O secretário de Saúde, Marcelo Vilela, disse que os profissionais faltosos tem 48 horas para justificar a ausência. "Estes profissionais têm o prazo de 48h a contar desta terça-feira para apresentar uma justificativa para a falta ou atestado à gerência da unidade".

Caso o médico não justifique a falta, uma notificação é enviada para o setor de Recursos Humanos da Sesau e a secretaria abre o procedimento administrativo.

Médicos também faltaram na UPA Vila Almeida. (Foto: André Bittar)
Médicos também faltaram na UPA Vila Almeida. (Foto: André Bittar)

"O médico não recebe o plantão. Pode ter uma punição pelo estatuto do servidor e a Sesau encaminha para o CRM (Conselho Regional de Medicina)", destacou.

De acordo com Marcelo, o código de ética dos médicos diz que em caso da falta no plantão, a escala precisa de outro médico para suprir a demanda.

"Em caso de falta o profissional tem que colocar alguém para cobrir. Quem faz plantão não pode faltar, é um compromisso. Se não vira bagunça, temos um código de ética médica. Não podem faltar", ressalta.

Na sexta-feira e no sábado (29) foram registradas duas faltas, sendo uma no UPA do bairro Coronel Antonino e outra na unidade do Universitário. No domingo foram cinco faltas no plantão matutino, sendo nas UPAs Coronel Antonino, Vila Almeida e Universitário.

No mesmo dia, durante a tarde foram três faltas, sendo nas unidades do Vila Almeida e Universitário, sendo dos mesmos profissionais que não compareceram no plantão matutino.

Durante o plantão noturno foram registradas duas faltas no CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Nova Bahia e na UPA do bairro Leblon.

"O médico que estava de plantão no Nova Bahia apresentou atestado", disse a Sesau.

No dia 1º foram duas faltas de manhã, nas UPAS Vila Almeida e Leblon. E a tarde foram quatro ausências, sendo também na unidade do Vila Almeida e no Universitário.

A Sesau explica que como um mesmo profissional faltou em dois plantões não tem como dizer que são 18 médicos faltosos.

No domingo, com sintomas de gripe e fortes dores de cabeça, a dona de casa Fernanda Rodrigues Tomicha, 24 anos, foi uma das pacientes que procurou socorro na UPA do Universitário e teve de ir embora sem atendimento.

“Disseram que é melhor eu procurar outro posto. Vou para a UPA do Jardim Leblon”, disse ao deixar o posto.

A reportagem procurou o CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) para saber quais são os trâmites relacionados a sindicância que apura falta de plantões, mas não obteve retorno até a publicação deste material. 

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