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Economia

ONS recomenda volta do Horário de Verão para evitar crise energética

Estudo mostra necessidade de novos leilões para contratar usinas capazes de fornecer energia

Por Ângela Kempfer | 09/07/2025 15:26
ONS recomenda volta do Horário de Verão para evitar crise energética
Sistema exigia que brasileiro adiantasse o relógio em uma hora (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

RESUMO

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O Brasil enfrenta risco de déficit energético a partir de 2025, especialmente no horário de pico de consumo, segundo alerta do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O estudo indica que, sem novos leilões para contratação de usinas de energia firme, o sistema dependerá de medidas emergenciais, incluindo o retorno do Horário de Verão.A expansão recente da matriz energética brasileira, com fontes eólica e solar, não resolve o problema noturno, quando o consumo aumenta significativamente. O ONS projeta a instalação de 36 gigawatts adicionais até 2029, porém a predominância solar demandará suporte térmico ou hidrelétrico para garantir o fornecimento durante a noite.

O Brasil corre o risco de ficar sem potência suficiente para atender ao pico de consumo, principalmente no fim da tarde, já a partir do ano que vem. O alerta está no Plano da Operação Energética 2025, divulgado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que analisou o período de 2025 a 2029. Diante disso, a recomendação é de volta do Horário de Verão no Brasil.

O estudo mostra que, sem novos leilões para contratar usinas capazes de fornecer energia firme na hora da “corrida aos interruptores”, o sistema interligado vai depender de despachos emergenciais de térmicas flexíveis e até de medidas como a volta do horário de verão, suspenso desde 2019.

O ONS afirma que, sem ações urgentes, o consumidor terá tarifas mais altas e vai precisar adiantar o relógio em uma hora, tudo para que as luzes permaneçam acesas quando o céu escurecer.

O problema não é falta de megawatts ao longo do dia, segundo reportagem da Agência Brasil. A expansão recente veio das fontes eólica, solar e da mini e microgeração distribuída solar, que juntas responderão por quase um terço da capacidade instalada em 2029.

O nó aparece quando o sol se põe, os painéis entram em descanso e a população liga chuveiro, ar-condicionado e iluminação ao mesmo tempo. Nessa hora, apenas hidrelétricas e térmicas dão resposta rápida, e as primeiras já operam no limite de flexibilidade. O ONS calcula que, sem reforço, o despacho térmico precisará aumentar a partir de outubro deste ano e continuar alto todo o segundo semestre de 2025.

O operador não quer repetir o passado de usinas caras e inflexíveis, que funcionam o dia todo só para garantir a reserva. Prefere centrais a gás ou biomassa com partida rápida, que cubram as oscilações das renováveis. Para isso, insiste na realização de leilões anuais de potência.

Um certame previsto para agosto de 2024 foi cancelado depois de disputa judicial, e em abril o Ministério de Minas e Energia revogou a portaria que definia as regras. A Agência Nacional de Energia Elétrica diz estar pronta para remarcar a disputa assim que receber nova diretriz e pretende aproveitar estudos já feitos.

No horizonte 2026-2029, o plano detecta violação contínua do índice de confiabilidade conhecido como LOLP, sigla em inglês para Perda de Carga Esperada. Em português claro, significa risco de falta de potência em todos os anos avaliados. O cenário fica ainda mais apertado com a chegada de datacenters e plantas de hidrogênio verde, instalações que consomem muito à noite e oferecem pouca margem para reduzir demanda sob aviso.

Ao mesmo tempo, o país planeja instalar 36 gigawatts adicionais até 2029, levando a matriz a 268 gigawatts. Quase um terço será solar, o que torna a operação diurna cada vez mais limpa e barata, mas exige musculatura térmica ou hidrelétrica no início da noite.



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