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Capital

Em bairro alvo de mutirão, moradores defendem conscientização

Para combater a doença, prefeitura de Campo Grande lançou ação especial com foco em quatro regiões

Nadyenka Castro e Mariana Lopes | 05/01/2013 11:20
Agente de saúde entram nas residências para 'limpar' focos e conscientizar moradores. (Fotos: Luciano Muta)
Agente de saúde entram nas residências para 'limpar' focos e conscientizar moradores. (Fotos: Luciano Muta)
Alcides Bernal conversa com agentes de saúde sobre o mutirão de combate à dengue.
Alcides Bernal conversa com agentes de saúde sobre o mutirão de combate à dengue.

Moradores do Nova Lima afirmam que sabem o que é preciso fazer para evitar a proliferação do aedes aegypti, mesmo assim, o bairro é uma das regiões de Campo Grande com mais notificações da dengue e é um dos quatro alvos do mutirão promovido pela Prefeitura, que começou neste sábado.É lá também que mora a família do frentista Cleber Vasques Guimarães, 31 anos, cujo filho de 13 anos está com sintomas da doença.

A dona de casa Maria Eli da Silva, 61 anos, mantém o quintal limpo e pede que outras pessoas se conscientizem da importância da limpeza. “Não adianta só eu limpar. O mosquito nasce na casa do vizinho e vem para a minha casa”, disse a idosa, que revela que ela mesmo às vezes pega na enxada para tirar o excesso de mato.

Ele se indigna porque, apesar dela fazer a parte dela, muitas vezes a calçada da residência amanhece repleta de lixo. “É preciso conscientização de todo mundo”, fala.

A técnica de enfermagem Sebastiana Alves de Souza, 56 anos, também diz que mantém o imóvel limpo, sem recipientes com água parada e sem lixo. “Mas muito moradores não têm esses cuidados”, conta.

A falta de cuidados faz o aedes aegypti se proliferar. O mosquito então ‘pica’ a pessoa, causando a dengue. Um dos moradores do Nova Lima que pode estar com a doença é Wellington Torres Guimarães. “Os sintomas começaram na quinta-feira, ele está com febre e muita dor de cabeça”, conta o pai, Cleber.

O adolescente recebe atendimento médico em uma unidade pública de saúde. Ele fez exame de sangue neste sábado para confirmar a suspeita, mas, desde que os sintomas apareceram é medicado com remédios para dengue.

Cleber aprova o mutirão que é feito no bairro e diz que já ouviu muitas histórias sobre vizinhos com dengue.

A enfermeira Gicele Cielo, que trabalha no posto onde Wellington era atendido, diz que diariamente muitos pacientes com sintomas de dengue procuram atendimento médico.

Mutirão – O trabalho de limpeza começou pelo Nova Lima e vai abranger também Mata do Jacinto, Batistão, Jardim Caiobá e Tiradentes.

O prefeito Alcides Bernal (PP), acompanhou os trabalhos neste sábado e classificou o que viu no Nova Lima como situação “extremamente crítica”. Ele andou em algumas vias e viu pneus jogados, entulhos e móveis.

Segundo o prefeito, o número diário de pessoas com sintomas da doença está entre 100 e 120. Em dezembro, houve 4,5 vezes mais casos do que no mesmo período de 2011. O ultimo boletim epidemiológico do município aponta 994 casos confirmados de dengue em 2012, e 7.752 casos notificados. Três mortes foram confirmadas. Em 2011, foram 506 casos.

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