Em bairro com déficit de arborização, escola distribui mudas e sementes
Moradores lamentam avanço de calçadas sem árvores e tentam minimizar situação
Alunos da Escola Estadual Profª Neyder Suelly Costa Vieira, no Conjunto Aero Rancho distribuíram 100 mudas de diversas árvores hoje, em comemoração à Semana do Meio Ambiente. A iniciativa é forma de fazer a população se tentar para importância da arborização, cenário que vem se deteriorando com passar dos anos, na visão de quem vive no bairro há anos.
RESUMO
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Alunos da Escola Estadual Profª Neyder Suelly Costa Vieira, no Conjunto Aero Rancho, distribuíram 100 mudas de árvores em celebração à Semana do Meio Ambiente. A ação visa conscientizar a população sobre a importância da arborização, que tem diminuído na região. A professora Letícia Messias destacou a falta de hábito de plantar entre os moradores. Uma pesquisa da UFMS revelou que Campo Grande enfrenta um déficit de quase 5 mil hectares de cobertura arbórea. O Aero Rancho, por exemplo, apresenta uma carência de 113,46 hectares para atingir a meta de 30% de área verde. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que, apesar do aumento no número de árvores, a arborização ainda é insuficiente em várias regiões da cidade.
“Essa é a proposta, a gente não divulgou para fora, a divulgação foi aqui, para quem mora no bairro voltar àquela raiz, de ver uma plantinha e querer plantar, hoje não tem mais esse hábito”, lamentou a professora Letícia Messias, coordenadora do projeto. “Aqui mesmo, não temos uma sombra”, observou.
A distribuição de mudas de pitaia, samambaia, suculenta, cajá e outras espécies, feitas por alunos da 8ª série, é um dos pontos altos do projeto que envolve toda a escola, iniciado no começo do ano. No cultivo das mudas, o trabalho teve participação de biólogos e engenheiros agrônomos.
Quem chegou à escola, ganhou mudas e sementes, para disseminar a natureza pelo bairro.
Não muito longe ali, o aposentado Antônio Ferreira de Freitas, 72 anos, cultiva o hábito de ter plantas no quintal e em frente de casa. Morador do Aero Rancho há 13 anos, plantou árvore na calçada, que é ponto de parada para quem tenta escapar do calor em dias de sol inclementes. “A cidade fica mais bem ventilada, a gente percebe que, onde tem árvore, chove mais, o clima é diferente”, considerou.
O personal Lucas Barbosa Leite, 32 anos, também é dos que tentam manter área arborizada. “Na frente de casa, mantém jardim bem cuidado, que chama a atenção. Hoje, estava regando as plantas. Lucas diz que notou que falta mais árvores no bairro. “Hoje acho que falta arborização, as pessoas largaram de plantar e só estão asfaltando”.
O personal, residente no bairro há 3 anos, só lamenta que o jardim dele é alvo constante de furto. “Problema aqui é vandalismo, já tive que replantar, porque sempre tem alguém para levar”, lamentou.

Para o aposentado Cacildo Gomes dos Santos, 83 anos, o passar dos anos mostrou que a arborização não cresceu no Aero Rancho, bairro onde mora há 12 anos. “Não vi redução, só não aumenta mesmo”, avaliou. “Acho importante plantar, é muito importante para nosso bairro, porque esse calor faz mal”, diz. “Acho que ninguém quer plantar mais”, diz.
Pesquisa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), divulgada em 2024, revelou que Campo Grande tem deficit de quase 5 mil hectares de cobertura arbórea (4.901,43 mil).
A Capital tenta seguir a regra do 3/30/300, conceito em que cada pessoa tem que ver, pelo menos, três árvores sadias da janela de casa, ter 30% de cobertura verde do bairro ou distrito e morar a 300 metros de uma praça ou ambiente com mais de meio hectare.
Na proporção dos 30% de área verde no bairro, o Aero Rancho apresenta déficit de 113,46 hectares.
A maior déficit foi na região do Bandeira, onde os bairros Moreninhas recisam de 187,15 hectares para atingir a meta de 30% da superfície arborizada. Em seguida, o Rita Veira, com 103,61 e o Tiradentes com 95,75 hectares.
Na época, a Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável) informou que houve um aumento no quantitativo estimado de árvores no sistema viário. Conforme a pasta, o inventário realizado em 2010 contabilizou 153.122 árvores, enquanto que na revisão realizada em 2023, teve estimativa de 175.000.
"O estudo realizado em 2023 estendeu a abordagem para além da presença de árvores em calçadas e avenidas e envolve toda a floresta urbana, identificando e mensurando por meio de imagens de satélite todas as coberturas verdes presentes na cidade, em domínio público ou privado, avaliando-se sua a ocorrência e vitalidade.
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