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Capital

Em missa, familiares e amigos rezam e pedem justiça pela morte de Carlão

Carlos Américo Duarte, de 59 anos, morreu após o barco em que estava ser atingido por uma lancha

Adriano Fernandes e Jhefferson Gamarra | 07/05/2021 20:48
Familiares reunidos durante a missa que foi realizada na noite desta sexta-feira (07). (Foto: Kísie Ainoã)
Familiares reunidos durante a missa que foi realizada na noite desta sexta-feira (07). (Foto: Kísie Ainoã)

Há uma semana os familiares de Carlos Américo Duarte, de 59 anos, lidam com um misto de tristeza e indignação pela perda do familiar de maneira tão inesperada. Durante a missa de sétimo dia, realizada nesta noite (07) na Paróquia São Domingos Sávio os parentes e amigos, rezaram pelo representante comercial que amava pescar, mas também pediram por justiça. “Carlão" como era conhecido, morreu ao ter o barco em que pescava atingido pela lancha que era conduzida pelo servidor público Nivaldo Thiago Filho de Souza, de 36 anos, no Rio Miranda. Nivaldo fugiu do local, chegou a ser parado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), mas em seguida foi liberado.

“A única coisa que a gente pede no momento é que a justiça seja feita. Já se passaram sete dias e a polícia está falando que ele (Nivaldo) ainda vai ser ouvido na próxima semana. Espero que ele possa pagar pelo que fez, porque só quem sabe o que a gente está sentindo, somos nós da família”, comenta Caê Duarte, de 33 anos, filho de Carlos que também foi uma das vítimas da colisão entre os barcos.

Os pedidos de justiça estavam estampados nas camisetas das dezenas de pessoas que acompanharam a cerimônia e até no tom do sermão do padre.

Caiana Duarte, filha de Carlão. (Foto: Kísie Ainoã)
Caiana Duarte, filha de Carlão. (Foto: Kísie Ainoã)

“A justiça humana vocês veem como ela é falha, como ela é parcial, como ela nos desengana, como ela nos frustra, como ela realmente é decepcionante, mas a justiça divina ela nunca erra. Porem a justiça divina quer que nós também a pratiquemos nesta terra, nunca em atitude de vingança, mas sim como uma forma de corrigir aqueles que estão errados”, disse o bispo Dom Vitório Pavanelo.

Emocionado, a filha de Carlão, Caiana Duarte também lembra que o pai era o elo que mantinha toda a família unida. “Tanto eu quanto minha mãe e meu irmão, não fazíamos nada sem ele. A gente era muito grudado. Essa semana foi péssima”, disse aos prantos.

Amigo de Carlos há 25 anos o representante comercial Jorge Ishe, se lembra do amigo com muito carinho. “O Carlão era um cara sensacional, estava sempre sorrindo e se dava bem com todos. Vamos torcer para que o filho dele, siga trabalhando como o pai, porque ele leva jeito. E que ele possa cuidar de toda família daqui para frente”, comenta.

Outro amigo de longa da vítima, Marcos Franco, conta que Carlão era um amigo para todas as horas. “Eu conheci o Carlão há 30 anos, trabalhávamos juntos ele era companheiro de todos aqueles que o conheciam. Quem acaba sofrendo com tudo isso são os amigos, a família, é uma perda irreparável, mas assim como todos que estão aqui eu espero que a justiça seja feita”, conclui.

Camiseta feita em homenagem à vítima do acidente no Rio Miranda. (Foto: Kísie Ainoã)
Camiseta feita em homenagem à vítima do acidente no Rio Miranda. (Foto: Kísie Ainoã)

O acidente - Carlos Duarte fazia parte de grupo de 24 pescadores que chegaram à Pousada Beira-Rio, em Miranda, na manhã de sábado (1º). Por volta das 12h, ele saiu com o filho Caê em barco conduzido por Rosivaldo Barboza de Lima, piloto profissional e funcionário do hotel, em direção à região do Touro Morto, encontro dos rios Miranda e Aquidauana. Menos de meia hora após a partida, a embarcação onde estava o trio foi “atropelada” por lancha conduzida por Nivaldo Thiago. Carlão foi atingido em cheio pelo barco maior. Levou um golpe no peito, segundo testemunhas.

O condutor da lancha fugiu do local sem prestar os primeiros socorros. Danificado, o barco atingido estava prestes a afundar, mas o representante comercial, o pai e o piloto foram socorridos pelo grupo que chegou ao local minutos após a colisão.

Nivaldo desapareceu, mas após a PM (Polícia Militar) ser chamada e informar outras forças policiais, foi parado em posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-262. O condutor da lancha se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas admitiu aos policiais ter tomado, na manhã de sábado, 4 garrafas de cerveja de 205 ml, conforme registrado em boletim de ocorrência. Contudo, acabou sendo liberado. Nivaldo não tinha habilitação para conduzir barcos.

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