Escrivão alvo de ação contra fraude em documentos é afastado
Márcio Rodrigues da Silva foi alvo de mandado de prisão preventiva cumprido pelo Gaeco na semana passada
Alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o escrivão da Polícia Civil Márcio Rodrigues da Silva, teve seu afastamento compulsória publicado nesta segunda-feira (02), no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul. Ele é apontado como integrante de quadrilha que atuava na emissão fraudulenta de documentos para regularização fundiária em Coxim, cidade a 253 quilômetros de Campo Grande.
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O escrivão da Polícia Civil, Márcio Rodrigues da Silva, foi afastado de suas funções após ser identificado como membro de uma quadrilha envolvida na emissão fraudulenta de documentos para regularização fundiária em Coxim, Mato Grosso do Sul. O afastamento foi publicado no Diário Oficial e determinado pela Justiça, após a segunda fase da Operação Grilagem de Papel, que resultou em mandados de prisão e busca. A operação, conduzida pelo Gaeco, revelou um esquema de apropriação ilegal de terrenos por meio de certidões fraudulentas. Além do escrivão, outros servidores públicos também foram afastados. O prefeito de Coxim, Edilson Magro, afirmou que não está sendo investigado e se colocou à disposição para colaborar com as investigações.
Márcio foi alvo de mandado de prisão preventiva durante a segunda fase da Operação Grilagem de Papel, deflagrada no dia 27 de maio deste ano. Na ocasião, foram cumpridas quatro medidas cautelares, nove ordens de busca e apreensão e mais quatro de prisão.
De acordo com o texto publicado no Diário Oficial de hoje, o escrivão é lotado na 1ª Delegacia de Coxim e teve o afastamento determinado pela Justiça. Com isso, foi recolhida a arma do policial e as senhas e logins nos sistemas da Polícia Civil foram suspensos, bem como as férias. A medida é assinada pelo delegado Clever José Fante Esteves, corregedor-geral da corporação.
Conforme apurou o Campo Grande News, Márcio foi conduzido pela equipe do Gaeco no dia em que os mandados foram cumpridos. Equipe da Corregedoria-Geral da Polícia Civil acompanhou a ação e ele foi conduzido para a 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.
O escrivão é apontado como integrante do grupo comandado pelo ex-gerente de Tributos e Receitas da prefeitura Rodrigo Ferreira Lima, alvo da primeira fase da operação em 2024 e também preso na semana passada. O nome da faz alusão à apropriação ilegal de terrenos de terceiros por meio de documentos fraudulentos.
No dia seguinte à operação, Márcio teve cargo de confiança revogado. Ele havia sido designado como Chefe de Seção da 1º Delegacia de Polícia Civil da cidade e uma publicação assinada pelo delegado-geral Lupérsio Degerone Lúcio tornou sem efeito a nomeação.
Grilagem de Papel - O trabalho do Gaeco é realizado por meio da UICC (Unidade de Combate aos Crimes Digitais e de Inteligência Cibernética) e da 1ª Promotoria de Justiça de Coxim. Durante a operação, foram apreendidos aparelhos celulares e documentos relacionados à regularização fundiária urbana (REURB) e à transmissão de imóveis dos investigados.
A operação cumpriu também três ordens de afastamento de servidores públicos de seus cargos, em razão de suspeitas de envolvimento nos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros crimes correlatos.
Conforme a organização criminosa, integrada por particulares e servidores públicos, teria fraudado a expedição de diversas certidões de regularização fundiária de terrenos desocupados em Coxim, mas com propriedade definida, sem seguir o procedimento exigido em lei.
A partir dessas certidões ilegais, as propriedades eram transferidas no Cartório de Registro de Imóveis para os próprios envolvidos, seus familiares ou terceiros que pagavam propina para esta finalidade.
Edilson Magro, prefeito de Coxim, diz que conversou com os promotores sobre a operação e se colocou à disposição para esclarecimentos. Em nota, informou que não está sendo investigado, está acompanhando os trabalhos. "Respeitamos a justiça e o Ministério Público e tudo faremos para colaborar com as investigações".
Também foram alvos da operação o arquiteto e ex-gerente de Habitação Thiago Cruz Cassiano da Silva e representante comercial Ivaldir Adão Albrecht Junior.
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