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Capital

Especialistas avaliam trânsito, valorização e fluxo após Reviva Centro

Foram analisados impactos da iniciativa que transformou a região central da cidade ao longo dos últimos 6 anos

Por Jhefferson Gamarra e Geniffer Valeriano | 26/06/2024 10:30
Rua 14 de Julho após a requalificação do Reviva Centro (Foto: Paulo Francis)
Rua 14 de Julho após a requalificação do Reviva Centro (Foto: Paulo Francis)

Nesta quarta-feira (26), a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) foi palco do Workshop de avaliação final do programa Reviva Campo Grande. O evento reuniu autoridades municipais, representantes do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), acadêmicos, especialistas em urbanismo e empresários locais para discutir os resultados alcançados e os impactos da iniciativa que transformou a região central da cidade ao longo dos últimos seis anos.

O programa Reviva Campo Grande foi iniciado com o objetivo de requalificar a Rua 14 de Julho e mais de 100 quadras no microcentro, para melhorar a infraestrutura, a mobilidade urbana e a qualidade de vida dos moradores. As obras, concluídas no final de 2023, foram responsáveis por diversas intervenções, como o alargamento das calçadas, a instalação de bancos para descanso, wifi gratuito e a remoção da poluição visual causada pelos fios de alta tensão.

Catiana Sabadin, coordenadora geral do programa Reviva Centro (Foto: Marcos Maluf)
Catiana Sabadin, coordenadora geral do programa Reviva Centro (Foto: Marcos Maluf)

"Estamos avaliando a melhoria do trânsito, o fluxo de pessoas e a valorização imobiliária. Analisamos os marcos de indicadores de desempenho definidos no início do programa e como eles se comportaram após a implementação. Hoje é um seminário de encerramento para também pensarmos no que ainda precisamos fazer nesse processo de revitalização, que é complexo e envolve outras políticas públicas e formas de parceria”, explicou Catiana Sabadin, coordenadora geral do programa.

As ruas transversais à 14 de Julho também passaram por um processo de requalificação. Foram implementadas drenagem, padronização das calçadas, mobiliário urbano, pavimentação e paisagismo. A Rua José Antônio, por exemplo, passou por um projeto de urbanismo tático, que incluiu o alargamento das esquinas e a instalação de parklets para estimular a área como um corredor de alimentação.

Já a Rui Barbosa foi transformada em um corredor de transporte coletivo, com a instalação de cinco estações de embarque e desembarque e um sistema de semaforização inteligente, a rua agora oferece mais agilidade e segurança aos usuários do transporte público. Além disso, a instalação de câmeras de videomonitoramento e iluminação em LED contribuiu para a segurança e a modernização do local.

Debate entre especialistas sobre as obras do Reviva Centro (Foto: Marcos Maluf)
Debate entre especialistas sobre as obras do Reviva Centro (Foto: Marcos Maluf)

Durante o workshop, foram apresentados os resultados recentes alcançados pela iniciativa, incluindo os impactos na infraestrutura urbana e a percepção da comunidade local sobre as transformações ocorridas.

A coordenadora geral do programa destacou os objetivos alcançados. "Reduzimos o tempo de viagem nos corredores de ônibus e geramos acessibilidade na área central. Mesmo após a pandemia, a contagem de pessoas na Rua 14 de Julho é maior do que antes da requalificação. Também tivemos um incremento na valorização imobiliária e na arrecadação do município", frisou Sabadin.

Michel Constantino, coordenador de mestrado e doutorado de desenvolvimento local (Foto: Marcos Maluf)
Michel Constantino, coordenador de mestrado e doutorado de desenvolvimento local (Foto: Marcos Maluf)

Michel Constantino, coordenador de mestrado e doutorado de desenvolvimento local, ressaltou a importância do programa para a universidade e para a população de Campo Grande. "Trazer uma política pública implementada na nossa capital, com a participação de um organismo internacional, é significativo para analisarmos os efeitos ambientais, humanos e econômicos. A universidade tem o papel de avaliar esses impactos e trazer pesquisas que mostrem se foi bom, ruim, se deve melhorar ou continuar", observou.

O evento também abordou as lições aprendidas ao longo do processo de requalificação e as recomendações para futuras políticas públicas. Catiana Sabadin mencionou a necessidade de políticas que incentivem a habitação no centro da cidade, promovendo um conceito de "cidade de 15 minutos", onde as pessoas moram próximas aos locais de trabalho, reduzindo o deslocamento diário.

Representante da AMDEFMS (Associação de Mulheres com Deficiência de Mato Grosso do Sul), Mirella Ballatore (Foto: Marcos Maluf)
Representante da AMDEFMS (Associação de Mulheres com Deficiência de Mato Grosso do Sul), Mirella Ballatore (Foto: Marcos Maluf)

A representante da AMDEFMS (Associação de Mulheres com Deficiência de Mato Grosso do Sul), Mirella Ballatore, enfatizou a importância da acessibilidade proporcionada pelas obras. "Participar desse processo foi uma grande surpresa e uma vitória. Hoje, posso transitar na Rua 14 de Julho sem ajuda, o que não acontecia antes. Ainda há desafios com a acessibilidade em alguns comércios, mas as mudanças já são significativas."

A representante das mulheres com deficiência também destacou a necessidade de uma maior adequação de alguns estabelecimentos comerciais. "Muitas lojas ainda não têm acessibilidade adequada. Quando fazem, muitas vezes a rampa é muito íngreme ou curta, ou colocam mercadorias na rampa, dificultando o acesso", pontuou.

Os números apresentados do Programa Reviva Campo Grande são expressivos: a Rua 14 de Julho foi requalificada em mais de 1.400 metros; a Rua Rui Barbosa, em mais de 7 km, indo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul até a Avenida Rachid Neder. No total, foram requalificados 21 km de vias, com mais de 150 pontos de drenagem, 30 km de asfalto recapeados, 35 km de calçadas padronizadas, mais de 1.300 árvores plantadas, 27 km de fibra óptica instalados e 85 câmeras de videomonitoramento.

Situação da Rua 14 de Julho no inicio das obras de requalificação (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Situação da Rua 14 de Julho no inicio das obras de requalificação (Foto: Arquivo/Campo Grande News)


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