ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, DOMINGO  24    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Estudantes reclamam de proibição em comer marmita no restaurante da UFMS

Após protestos pelo aumento no preço da refeição, agora, alunos dizem não terem espaços para comer marmita

Gabrielle Tavares | 26/04/2022 15:56
Placas proibindo comer marmita foram espalhadas pelas janelas do RU em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Instagram)
Placas proibindo comer marmita foram espalhadas pelas janelas do RU em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Instagram)

Após quase um mês da reabertura do RU (Restaurante Universitário), do campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande, as reclamações dos estudantes se multiplicam. Com o aumento no preço da refeição para uma parcela dos estudantes, quem costuma ter aulas o dia inteiro começou a levar marmitas para almoçar na instituição. Contudo, nesta terça-feira (26), foram surpreendidos com placas de “proibido comer marmita” nas paredes do restaurante.

A refeição passou de R$ 4,50 para R$ 15,01 para alunos que possuem renda per capita acima de 1,5 salário mínimo. O subsídio da UFMS continua para matriculados considerados de baixa renda ou que estejam inscritos no Cadúnico (Cadastro Único dos Programas Sociais), que pagam R$ 3.

O aluno Kawhã Rodrigues, 18, costuma levar comida para almoçar no RU para não pagar o valor maior do almoço e porque tem anemia, por isso, precisa de uma refeição com proteínas especiais. Agora, foi surpreendido com as placas.

“Já não temos muitos espaços de convivência. Quando o restaurante foi reaberto, vi também uma possibilidade de socialização entre todos os alunos da universidade”, pontuou. Kawhã afirmou ainda que a UFMS não possui outro ambiente com estruturas adequadas para fazer as refeições. “Um lugar tão preparado como o RU, não temos. Apenas as mesas espalhadas pelo campus, que são poucas e não condizentes com a quantidade de alunos que a universidade tem.”

Outra estudante, Keyla Karolina dos Santos, 20, relatou que tenta sempre comer em casa para não precisar pagar os R$ 15 do RU, mas não consegue evitar quando tem aulas nos períodos matutino e vespertino. Ela explicou que começou a comprar marmita em aplicativos de entrega por conseguir pagar mais barato “por uma qualidade melhor”.

Agora, disse que precisará achar outro lugar para almoçar antes das aulas, mas reclamou que a maioria dos pontos disponíveis, além do RU, batem sol ao meio-dia. “Vou ter que procurar um lugar com mesa que pegue sombra, porque no horário que vou comer, a maioria dos lugares pega sol.”

A foto foi parar em um perfil do Instagram que faz publicações anônimas enviadas pelos próprios estudantes chamado “Te Vi Na UFMS”. Nos comentários, os alunos se revoltaram “Não há um local adequado para quem traz comida de casa almoçar, então o que se deve fazer??? comer no chão??”, escreveu a aluna de Farmácia, Thamilly Candelaria.

“Só seria válido o recado e a exigência se a UFMS disponibilizasse outro espaço para que as refeições fossem realizadas, ninguém merece ter que ficar sentado no chão dos corredores para conseguir almoçar”, disse a estudante de Nutrição, Bianca Lago.

O perfil também fez outra publicação em que uma aluna reclama que funcionários pediram para ela sair do RU para comer a marmita que havia levado. “Além de pagar 15 reais no RU, quando falta a grana e vc traz de casa não pode usar as dependências do restaurante concedida aos universitários. Completamente chocada.”

Publicação anônima de estudante da UFMS, no perfil "Te Vi Na UFMS". (Foto: Reprodução/Instagram)
Publicação anônima de estudante da UFMS, no perfil "Te Vi Na UFMS". (Foto: Reprodução/Instagram)

O Campo Grande News procurou a assessoria da UFMS por e-mail, mas até o fechamento da reportagem, não recebeu um retorno sobre o motivo da proibição.

O restaurante é mantido por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), de acordo com o Decreto 7.234/2010, que visa o atendimento dos estudantes em vulnerabilidade econômica. A UFMS arca mensalmente com R$ 528 por estudante vulnerável. 

Nos siga no Google Notícias