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Direto das Ruas

Cinco meses após homicídio, tabacaria segue gerando reclamações no Centenário

Moradores relatam perturbação; proprietário afirma que não controla a rua e diz agir para evitar confusão

Por Bruna Marques | 15/12/2025 18:15


RESUMO

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Moradores do Bairro Jardim Centenário, em Campo Grande, denunciam perturbação do sossego causada pela Tabacaria Invictus. O estabelecimento, localizado nas esquinas das ruas Santa Quitéria e Indaial, é alvo de reclamações devido ao barulho excessivo durante as madrugadas, afetando o descanso dos residentes. O local também foi palco de um homicídio em julho, quando Lucas Ribeiro Pastor, 24 anos, foi morto com 15 tiros. O proprietário, João Victor, nega responsabilidade pelos transtornos, alegando não ter controle sobre o que acontece na rua e afirmando que outros estabelecimentos da região também comercializam bebidas.

Cinco meses após um assassinato registrado em frente a um comércio, moradores do Bairro Jardim Centenário, em Campo Grande, afirmam que o endereço continua sendo sinônimo de noites mal dormidas e tensão constante. A Tabacaria Invictus, localizada nas esquinas das ruas Santa Quitéria e Indaial, voltou ao centro das reclamações encaminhadas ao Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas.

Moradora relata que o problema se tornou rotina desde que o estabelecimento abriu, há pouco mais de dois anos. Segundo ela, a perturbação não se limita a um ou outro episódio isolado, mas se repete madrugada após madrugada. “A vizinhança inteira perdeu a paz. O barulho é constante e ninguém consegue descansar”, afirma.

Ela conta que acorda às 5h da manhã para trabalhar e que o som alto durante a madrugada inviabiliza o descanso mínimo. De acordo com a moradora, câmeras de segurança instaladas na residência registram frequentemente música em volume elevado e confusão em frente ao estabelecimento.

As queixas são unânimes entre os moradores da região. Em mensagens trocadas no grupo do bairro, os relatos se acumulam. Há quem acorde por volta das 3h da manhã sem conseguir voltar a dormir, mesmo morando a mais de uma quadra da tabacaria. Outros descrevem janelas tremendo e crianças acordando assustadas com o barulho.

“Quem mora na mesma quadra está exausto logo cedo, indo trabalhar sem ter dormido direito”, diz um dos relatos. Para os moradores, o que ocorre no local não pode mais ser tratado como lazer. “Isso não é diversão, é perturbação. Nesse nível, o correto é chamar a polícia”, resume outra mensagem.

Cinco meses após homicídio, tabacaria segue gerando reclamações no Centenário
Avisos afixados na fachada da Tabacaria Invictus proíbem som automotivo, manobras e consumo de produtos externos, além de vetar a entrada de menores (Foto: Divulgação)

Crime ainda ecoa na vizinhança - Na madrugada de 7 de julho, Lucas Ribeiro Pastor, de 24 anos, foi morto a tiros em frente à tabacaria. Conforme apurado à época, ele foi atingido por pelo menos 15 disparos de pistola calibre 9 milímetros. Após os primeiros tiros, o autor do crime retornou e atirou novamente na cabeça da vítima para assegurar a morte.

Mesmo antes do homicídio, moradores já relatavam problemas com o funcionamento do local, então situado no Bairro Aero Rancho. Inaugurado havia pouco mais de dois anos, o estabelecimento era descrito como ponto de encontro de motociclistas, com manobras, grande aglomeração e barulho intenso, principalmente nos fins de semana.

Segundo moradores, o cenário pouco mudou desde então. Muitos preferem não se identificar, alegando medo de represálias.

Outro lado - A reportagem entrou em contato com o proprietário da Tabacaria Invictus, que se identificou como João Victor, que contesta a responsabilização direta do estabelecimento. Segundo ele, nunca se negou a tentar resolver conflitos com moradores e afirma manter uma postura educada sempre que é procurado.

“Não acho justo ser condenado por algo que acontece na rua. Até hoje nunca provaram que a baderna é no meu estabelecimento ou em frente a ele”, afirmou.

João Victor destaca que há outros comércios nas proximidades que também vendem bebidas e questiona por que apenas a tabacaria é apontada como responsável.

O proprietário afirma ainda que não tem controle sobre o espaço público. “Infelizmente a gente não controla a rua”, disse. Segundo ele, sempre que percebe confusão do lado de fora, a orientação é encerrar o atendimento. “Isso atrapalha o meu próprio comércio. Não compactuamos com baderna, e as placas no local deixam isso claro”.

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