Exames descartam metanol em jovem que morreu após beber “corotinho” na Capital
Polícia Científica não encontrou a substância em exames; caso havia sido incluído como suspeito no país
Os exames preliminares realizados pela Polícia Científica de Mato Grosso do Sul descartaram a presença de metanol no organismo de Matheus Santana Falcão, de 21 anos que morreu na última quinta-feira (2), em Campo Grande, após passar mal. O caso, inicialmente tratado como suspeita de intoxicação pela substância, havia sido incluído no balanço nacional do Ministério da Saúde como o primeiro registro suspeito no Estado.
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Exames preliminares realizados pela Polícia Científica de Mato Grosso do Sul descartaram a presença de metanol no organismo de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, que faleceu na última quinta-feira em Campo Grande. O caso havia sido incluído no balanço nacional do Ministério da Saúde como primeiro registro suspeito no Estado. O jovem começou a apresentar sintomas um dia após ingerir "meio corotinho", com dores abdominais e vômitos com sangue. Após dar entrada na UPA Universitário, seu quadro se agravou rapidamente, resultando em óbito às 19h53. Exames complementares seguem em andamento para investigar outras possíveis causas da morte.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira (6) em nota oficial divulgada pelo Governo do Estado, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública). De acordo com o comunicado, análises preliminares em amostras coletadas da vítima não identificaram a presença da substância tóxica. Exames complementares seguem em andamento para investigar outras possíveis causas.
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Do “corotinho” ao agravamento rápido do quadro - Matheus Santana Falcão, de 21 anos, começou a apresentar sintomas na quinta-feira (2), um dia após ingerir “meio corotinho”, segundo relato da mãe, Maria José Duarte Santana, de 46 anos. O jovem sentiu dores abdominais, náuseas e vomitou sangue por volta das 13h. A família acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e alega que houve demora no atendimento, estimada em cerca de duas horas.
Ele deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário às 18h20, consciente, comunicativo e com quadro estável, sendo classificado com a cor amarela, conforme protocolo de risco. Cerca de 15 minutos depois, seu estado de saúde piorou: Matheus sofreu uma crise convulsiva, perdeu a consciência e foi levado para a sala vermelha, onde entrou em parada cardiorrespiratória.
Foram realizadas manobras de reanimação e intubação. Após 36 minutos, houve retorno da circulação espontânea, mas o quadro voltou a se agravar, levando a uma nova parada. O óbito foi declarado às 19h53.
Diante do histórico e dos sintomas apresentados, as autoridades de saúde notificaram o caso como suspeita de intoxicação por metanol, seguindo o protocolo nacional. O Ministério da Saúde contabilizou a ocorrência no balanço nacional, que até então registrava o caso como "em investigação".
Amostras de sangue e urina foram coletadas e enviadas ao Lacen (Laboratório Central), e frascos de bebidas alcoólicas encontrados na residência da vítima e em comércios do Jardim Nashville foram recolhidos por equipes da Polícia Civil, Procon e Vigilância Sanitária. As garrafas de cachaça e vodka estão sendo analisadas para identificar possíveis irregularidades.
A suspeita inicial levantou preocupação na capital e acendeu o alerta das autoridades sobre possíveis bebidas adulteradas. No entanto, até o momento não foram identificadas substâncias irregulares nas fiscalizações realizadas em estabelecimentos da cidade.