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Capital

Famoso na luta por Justiça, pai de Brunão morre de parada cardíaca

Luana Rodrigues | 26/06/2015 10:32
João Márcio Escobar, pai de Brunão (Foto: Marcos Ermínio)
João Márcio Escobar, pai de Brunão (Foto: Marcos Ermínio)

O funcionário público João Márcio Escobar, 44 anos, pai de Jefferson Bruno Escobar, o Brunão, que foi morto quando retirava um cliente de uma casa, morreu na manhã desta sexta-feira(26), após sofrer uma parada cardíaca, devido a complicações causadas por uma bactéria que estava alojada em sua perna.

João se tornou uma pessoa conhecida, por lutar pela condenação de Cristhiano Luna de Almeida, acusado de matar o filho dele a socos. Cristhiano era lutador de jiu-jitsu e, deu um golpe fatal, no peito de Bruno que teve costelas quebradas e não resistiu, morreu no local da agressão.

Na época em que o crime ocorreu e também no período do julgamento, João organizou várias manifestações pela cidade. A intenção era não deixar o crime cair no esquecimento e pedir para a população acompanhar o andamento do processo e alertar sobre a violência em geral “A gente quer sensibilizar a população sobre a violência que está cada dia mais presente”, declarou João.

Conforme a tia de João, Marisete Escobar, ele ficou internado por 24 dias. "Começou sentindo uma dor na pena, na altura do quadril, procurou um médico que pediu pra fazer massagens e só depois quando sairam o resultado dos exames soubemos que era uma bactéria", explicou.

Marisete conta ainda que João foi mantido em coma induzido por 15 dias, e passou por várias cirurgias, mas depois apresentou melhora. "Ficamos muito surpresos porque a melhora dele foi muito grande, mas o coração não aguentou", lamentou.

O velório de João será realizado na Avenida Bandeirantes, 795, bairro Amambaí, Campo Grande. O enterro está marcado para às 17h de hoje, no cemitério Memorial Park.

Luta por justiça - Brunão foi morto quando retirava Cristhiano da casa noturna, após ele ter se envolvido em uma confusão com um garçom no local. A acusação afirma que o autor matou a vítima a soco.

Testemunhas de acusação disseram em juízo que o réu já havia se envolvido em confusão na casa, e em outros lugares, e que agrediu Brunão e o matou intencionalmente.

Ele foi preso horas depois do crime e indiciado por lesão corporal seguida de morte. A Polícia Civil ouviu mais testemunhas e analisou imagens do caso e mudou o indiciamento para homicídio doloso.

Cristhiano foi solto por determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, mas, tem que cumprir algumas regras entre elas: não ingerir bebidas alcoólicas, não frequentar casas noturnas e clubes de luta e não chegar em casa após às 22 horas.

Na Justiça, o advogado diz que a denúncia contra ele tinha duas qualificadoras, motivo fútil e recurso que teria dificultado a defesa da vítima, que foram retiradas aqui, no Tribunal de Justiça. "O promotor não recorreu dessa decisão, aceitou. Contudo recorreu o assistente da acusação, o advogado que representa os familiares da vítima", descreve Ricardo Trad. As qualificadoras estão sub judice no Tribunal Superior de Justiça, em Brasília.

O pai de Brunão aguardava o julgamento do acusado há quatro anos, e chegou a espalhar outdoors por toda a cidade e também em linhas de ônibus em busca de justiça.

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