Formação bilíngue e intercultural transforma realidade de comunidades indígenas
Atividade integrou a programação especial em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril
Na noite desta terça-feira (15), o auditório do Centro de Formação Hércules Maymone foi palco de um momento simbólico e potente para a educação escolar indígena: a realização de uma mesa redonda com os egressos da primeira turma do Curso de Formação de Professores Indígenas em Educação Inclusiva, vinculado à extensão Eliseu Lili.
RESUMO
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A atividade integrou a programação especial em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado no próximo sábado, 19 de abril.
O encontro reuniu professores indígenas recém-formados para compartilhar suas trajetórias, desafios e conquistas durante o curso e no início da atuação docente. Mais do que um relato de experiências, a roda de conversa reafirmou o papel fundamental dos educadores indígenas na construção de uma educação que respeite as especificidades culturais, sociais e linguísticas dos povos originários.
A extensão Eliseu Lili é voltada à formação de professores para as séries iniciais e vem se consolidando como uma referência em educação inclusiva com foco na realidade indígena.
A primeira turma foi concluída em dezembro de 2024 e, atualmente, o curso segue com sua segunda turma em andamento, formada por 38 alunos – entre eles, três caciques: Josias Jordão (Marçal), Abel (Darcy Ribeiro) e a cacique Helena, representando diferentes comunidades indígenas da região.
O curso tem duração de um ano e meio e é o primeiro da área de Normal Médio com ênfase em educação inclusiva. A proposta vai além da inclusão de pessoas com deficiência, abrangendo também o acolhimento da diversidade em suas múltiplas formas – social, cultural, linguística, de modos de vida e de saberes.
Trata-se de uma formação bilíngue, diferenciada, específica e intercultural, que respeita a cosmovisão indígena e dialoga com os saberes tradicionais e o contexto das aldeias urbanas.
Segundo o cacique Josias Jordão, um dos organizadores da programação, a iniciativa é “mais que justa e mais que especial” nesta semana dedicada aos povos originários. Ele destaca a importância da ocupação de espaços formativos por indígenas e a valorização dos saberes ancestrais.
“Estamos mostrando a nossa diversidade cultural, com dança, reza, a presença dos Guarani vindos de Amambai e outras expressões culturais. É uma forma de dizer que estamos aqui, com orgulho da nossa identidade e lutando por uma educação que realmente nos represente”, afirma.
A mesa foi composta por egressos que hoje já atuam como professores em suas comunidades, evidenciando o impacto direto da formação na transformação das realidades locais.
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