“Barraco” entre prefeita e gestor de hospital botou “Máfia do Pix” na mira do MP
Briga entre os rivais políticos colocou holofotes sobre a aplicação de recursos públicos em unidade hospitalar
A troca de farpas pública entre a então prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), e o diretor do Hospital Beneficente Elmíria Silvério Barbosa, Jacob Breure, colocou a “Máfia do Pix” na mira do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção). A briga entre os rivais políticos colocou holofotes sobre a aplicação de recursos públicos na unidade hospitalar tão disputada.
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“No ano de 2021, a transição na diretoria do Hospital Beneficente Elmíria Silvério Barbosa marcou o início de intensa disputa pelo controle da instituição. Logo após assumir o cargo de presidente, Jacob Breure enfrentou resistência da ex-diretora e então prefeita do município, Vanda Camilo, que insistia em manter ingerência direta na gestão hospitalar. O conflito ganhou repercussão pública após declarações polêmicas veiculadas pela imprensa local e a crise institucional desencadeou também diversas ações judiciais contra a administração anterior, aprofundando o desgaste político e gerencial que envolveu o hospital naquele período”, narram os promotores Bianka Mendes, Adriano Libo Resende e Humberto Lapa Ferri ao fazer pedido para mandados de busca e apreensão contra investigados.
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Se o diretor do hospital foi à Justiça contra a prefeita, ela chegou a procurar a Polícia Civil e registrar boletim de ocorrência contra ele. Vanda afirmava ter sido ameaçada.
A prefeita relatou que foi barrada ao entrar no hospital para entregar lembranças pelo Dia Internacional da Mulher. A progressista, que havia sido diretora da unidade por 16 anos, relatou que a ameaça aconteceu por ligação. Para impedir que Vanda tentasse novamente entrar no hospital, Breure teria dito: “Você não sabe o que vai acontecer com você”.
Para angariar forças contra a prefeita, o diretor do hospital, que trabalhou na campanha do rival de Vanda, Enelvo Felini (PSDB), foi atrás dos vereadores da oposição e “comprou” o apoio deles, de acordo com a investigação.
“Houve a formação do grupo denominado ‘G8’”, registrou o Gecoc. “Embora o ato de formação de blocos políticos seja legítimo, o contexto apurado pela investigação – envolvendo repasses de dinheiro público a parlamentares – aponta para a possibilidade de que tais articulações tenham sido impulsionadas por recursos ilícitos, com objetivo de influenciar a estrutura de poder dentro da Câmara”, ressaltaram os promotores.
Enelvo Junior, José Ademir Gabardo, Elieu da Silva Vaz, Izaqueu de Souza Diniz (Gabriel Autocar), Cleyton Martins Teixeira, Cledinaldo Cotócio, Cristina Fiuza e Adavilton Brandão eram integrantes do chamado “G8” e são investigados por receber propina com verba da saúde.

O dinheiro saía da empresa participante de esquema de desvio de recursos hospitalares diretamente para a conta do destinatário corrupto ou por meio das contas bancárias de terceiros, sempre via Pix. Em 2022, vereadores da oposição receberam até R$ 100 mil em propina de uma só vez, segundo a investigação do Gecoc, que desencadeou, no dia 18, a Operação Dirty Pix.
O recurso “dividido” entre o diretor do hospital e seus apoiadores políticos é de origem estadual. Eram R$ 5,4 milhões para a compra de uma ressonância magnética e uma autoclave, equipamentos que não foram entregues, segundo as apurações, embora a empresa contratada alegue ter feito a entrega em 2023.
Sobre o conteúdo da investigação, as defesas dos outros investigados ainda não se pronunciaram, mas o espaço segue aberto para futuras manifestações.
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