Maconha, seda e dichavador "são de amigo", alega vice-prefeita alvo de operação
Cristina Fiuza é investigada pelo Gecoc e Gaeco por desvios de recursos para hospital

A porção de 6 gramas de maconha, papel de seda e dichavador encontrados no guarda-roupa da vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina dos Santos Fiuza (MDB), durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão da Operação Dirty Pix, pertencem a “um amigo”. Para a Polícia Civil, a vice também alegou que esse amigo é quem usa a droga quando a visita.
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A vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiuza (MDB), alegou que maconha, seda e dichavador encontrados em sua casa pertenciam a um amigo. Ela foi ouvida e liberada após assinar termo circunstanciado, já que a quantidade era pequena. A Operação Dirty Pix investiga desvios de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados a um hospital local. A prefeitura afirmou que os fatos investigados ocorreram em 2022, antes da gestão atual. O prefeito cancelou compromissos para se reunir com assessores e entender o caso. A administração municipal destacou compromisso com transparência e aguarda avanços nas investigações para tomar medidas.
Cristina foi ouvida e liberada ainda na manhã desta terça-feira (18). Ela não era alvo de ordem de prisão, mas foi levada à Delegacia de Polícia da cidade por causa do entorpecente achado em sua casa.
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Por ser pequena quantidade, a Lei 11.343/2006 prevê que a pessoa é conduzida para registro da ocorrência e assinatura de termo circunstanciado, sendo liberada posteriormente. O procedimento, se é prisão ou assinatura, depende da avaliação do delegado.
A Operação Dirty Pix, desencadeada em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, apura transferências feitas diretamente ou por intermédio de terceiros ao presidente do Hospital Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa, Jacob Breure, e a vereadores da cidade.
A investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), identificou desvios da ordem de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao hospital.
Cristina Fiuza foi vereadora da cidade de 2021 a 2024, período que coincide com o que é investigado.
Surpresa - Na prefeitura, o clima é de surpresa. O prefeito Rodrigo Basso (PL) cancelou a agenda do dia para se inteirar do que é investigado na operação e tomar decisões.
“A gente ficou sabendo pela imprensa. Nós estávamos hoje, assim, numa situação linda. O prefeito colocou todo mundo dentro de um ônibus, secretários etc., para a gente conhecer a aldeia, para a gente ver que providências precisam ser tomadas para finalizar o ano”, afirmou Denis Levati, secretário de Inovação, Tecnologia e Comunicação.
Basso, segundo o secretário, está reunido nesta tarde com secretários e assessoria jurídica. “O que eu sei é que é coisa que não envolve a gestão atual. Mas a primeira coisa que o prefeito fez foi interromper a agenda e voltar para a prefeitura, para conversar, tomar ciência. Veio para a prefeitura para falar com os advogados, para entender o que estava acontecendo”.
Em nota, a Prefeitura de Sidrolândia informou que a operação “investiga fatos ocorridos em 2022, período em que a administração municipal e a composição da Câmara eram outras”. “A gestão esclarece que algumas notificações foram direcionadas a pessoas que hoje integram o Executivo, exclusivamente por atos vinculados ao exercício do mandato parlamentar naquele ano. Não há, até o momento, qualquer medida relacionada às suas funções atuais na prefeitura”, completou.
A administração municipal, contudo, ainda não tomou providências práticas. “O Executivo acompanha o caso com responsabilidade e aguarda o avanço das investigações para adotar eventuais providências, sempre respeitando o devido processo legal. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a integridade e a condução ética da gestão pública e mantemos os canais oficiais da prefeitura abertos para prestar esclarecimentos aos moradores de Sidrolândia”, finaliza o texto oficial.
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