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Interior

“Sei de nada”, diz pai de vice-prefeita pega com maconha durante operação

Cristina dos Santos Fiuza, filha de Daltro Fiuza, foi alvo do Gaeco nesta terça-feira

Por Anahi Zurutuza e Dayene Paz, enviada especial à Sidrolândia | 18/11/2025 16:21
“Sei de nada”, diz pai de vice-prefeita pega com maconha durante operação
Cristina Fiuza ao lado do pai, o ex-prefeito Daltro Fiuza, duranta a campanha eleitoral no ano passado (Foto: Reprodução das redes sociais)

“Sei de nada. Só sei o que saiu na mídia”. É o que diz Daltro Fiuza, pai da vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina dos Santos Fiuza (MDB), que foi levada à DP (Delegacia de Polícia) da cidade por posse de maconha. O pai, ex-prefeito da cidade e réu por improbidade administrativa, mora ao lado da casa da filha e afirmou somente que ela não está na residência alvo de mandado de busca e apreensão pela Operação Dirty Pix.

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O pai da vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiuza, afirmou desconhecer os detalhes da operação que a levou à delegacia por posse de maconha. Daltro Fiuza, ex-prefeito da cidade, disse que a filha está incomunicável e que não deseja comentar o caso. A prefeitura local informou que a operação investiga fatos de 2022, sem relação com a gestão atual. A Operação Dirty Pix apura desvios de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados a um hospital municipal. Cristina, que foi vereadora no período investigado, foi liberada após assinar termo circunstanciado. A prefeitura destacou compromisso com transparência e aguarda avanço das investigações para tomar providências.

A reportagem tentou várias vezes tocar a campainha da casa de Cristina, mas ninguém atendeu. Fiuza também disse que a filha está incomunicável, por enquanto. “Eu não quero falar sobre isso. Levaram o celular dela, nem tem como falar com ela”.

Na Prefeitura de Sidrolândia, o clima é de surpresa. O prefeito Rodrigo Basso (PL) cancelou a agenda do dia para se inteirar do que é investigado na operação e tomar decisões.

“A gente ficou sabendo pela imprensa. Nós estávamos hoje, assim, numa situação linda. O prefeito colocou todo mundo dentro de um ônibus, secretários etc., para a gente conhecer a aldeia, para a gente ver que providências precisam ser tomadas para finalizar o ano”, afirmou Denis Levati, secretário de Inovação, Tecnologia e Comunicação.

Basso, segundo o secretário, está reunido nesta tarde com secretários e assessoria jurídica. “O que eu sei é que é coisa que não envolve a gestão atual. Mas a primeira coisa que o prefeito fez foi interromper a agenda e voltar para a prefeitura, para conversar, tomar ciência. Veio para a prefeitura para falar com os advogados, para entender o que estava acontecendo”.

Em nota, a Prefeitura de Sidrolândia informou que a operação “investiga fatos ocorridos em 2022, período em que a administração municipal e a composição da Câmara eram outras”. “A gestão esclarece que algumas notificações foram direcionadas a pessoas que hoje integram o Executivo, exclusivamente por atos vinculados ao exercício do mandato parlamentar naquele ano. Não há, até o momento, qualquer medida relacionada às suas funções atuais na prefeitura”, completou.

A administração municipal, contudo, ainda não tomou providências práticas. “O Executivo acompanha o caso com responsabilidade e aguarda o avanço das investigações para adotar eventuais providências, sempre respeitando o devido processo legal. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a integridade e a condução ética da gestão pública e mantemos os canais oficiais da prefeitura abertos para prestar esclarecimentos aos moradores de Sidrolândia”, finaliza o texto oficial.

“Sei de nada”, diz pai de vice-prefeita pega com maconha durante operação
Clima na Prefeitura de Sidrolândia é de surpresa (Foto: Paulo Francis)

Propina via Pix – A Operação Dirty Pix, desencadeada em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, apura transferências feitas diretamente ou por intermédio de terceiros ao presidente do Hospital Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa, Jacob Breure, e a vereadores da cidade.

A investigação do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), identificou desvios da ordem de R$ 5,4 milhões em recursos públicos destinados ao hospital.

Cristina Fiuza foi vereadora da cidade de 2021 a 2024, período que coincide com o que é investigado. Ela não era alvo de mandado de prisão, mas foi levada à polícia por equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado), por causa da porção de maconha encontrada em sua casa.

Por ser pequena quantidade, a Lei 11.343/2006 prevê que a pessoa é conduzida para registro da ocorrência e assinatura de termo circunstanciado, sendo liberada posteriormente. O procedimento, se é prisão ou assinatura, depende da avaliação do delegado.

Na delegacia, a advogada dela, que não quis se identificar, entrou e não quis falar com a imprensa. Em seguida, a vice-prefeita foi liberada, sem falar com repórteres.

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