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Interior

Membro do “G8”, vice-prefeita é suspeita de receber propina com verba hospitalar

Gecoc e Gaeco, as "tropas de elite" do MP, investigam desvio da ordem de milhões do hospital de Sidrolândia

Por Anahi Zurutuza | 19/11/2025 20:30
Membro do “G8”, vice-prefeita é suspeita de receber propina com verba hospitalar
Cristina Fiuza quando ainda era vereadora (Foto: Marcos Tomé/Região News)

A ex-vereadora e vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiuza (MDB), que foi parar em delegacia nesta terça-feira (18) por posse da maconha, durante a Operação Dirty Pix, é investigada por receber propina “via Pix” oriunda de verba hospitalar. Ela e outros vereadores, que integravam o chamado “G8”, oposição à gestão da então prefeita Vanda Camilo (PP), viraram alvo do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado) por suspeita de “venderem” o apoio ao presidente do Hospital Beneficente Elmiria Silvério Barbosa, Jacob Breure, suspeito de desviar recursos da saúde.

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A vice-prefeita de Sidrolândia, Cristina Fiuza, é investigada por suspeita de receber propina relacionada a verba hospitalar durante a Operação Dirty Pix. Ela e outros vereadores do "G8" são acusados de vender apoio ao presidente do Hospital Beneficente Elmiria Silvério Barbosa, que é suspeito de desvio de recursos.As investigações revelam que o hospital recebeu R$ 5,4 milhões do Governo de Mato Grosso do Sul para aquisição de equipamentos que nunca foram entregues. Cristina Fiuza foi detida por posse de maconha, mas alegou que a droga pertencia a um amigo. As defesas dos envolvidos ainda não se manifestaram sobre as acusações.

Segundo as investigações, o hospital recebeu R$ 5,4 milhões do Governo de Mato Grosso do Sul para aquisição de equipamentos médicos, como uma ressonância magnética e uma autoclave, que jamais foram entregues. Ainda conforme as apurações, parte desse dinheiro foi desviada por meio das empresas Farma Medical e Pharbox, pertencentes ao mesmo grupo econômico. Parte  dos recursos foi distribuída entre vereadores da base de apoio ao gestor do hospital, que não fiscalizaram a aplicação dos valores.

Ainda de acordo com o Gecoc, a filha e a companheira de um dos operadores financeiros do esquema atuavam como intermediárias para repassar os recursos a políticos e ao presidente do hospital, Jacob Breure.

Além de Cristina Fiuza, outros vereadores da época, como Enelvo Iradi Junior, José Ademir Gabardo, Elieu da Silva Vaz, Izaqueu de Souza Diniz (Gabriel Autocar), Cleyton Martins Teixeira e Cledinaldo Cotócio, eram integrantes do chamado “G8” e são investigados.

Membro do “G8”, vice-prefeita é suspeita de receber propina com verba hospitalar
Vereadores do "G8", que são investigados na Operação Dirty Pix (Foto: Reprodução)

Não há detalhe sobre os valores recebidos por Cristina, que foi vereadora entre 2021 e 2024, se elegendo vice-prefeita no ano passado.

As informações constam no pedido de busca e apreensão em endereços dos investigados, assinado pelos promotores Bianka Mendes, Adriano Libo Resende e Humberto Lapa Ferri.

A Operação Dirty Pix investiga crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, peculato (quando é cometido por servidor público), falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Sobre o conteúdo da investigação, as defesas dos suspeitos ainda não se pronunciaram, mas o espaço segue aberto para futuras manifestações.

Membro do “G8”, vice-prefeita é suspeita de receber propina com verba hospitalar
Caminho da propina, segundo a investigação do Gecoc (Foto: Reprodução)

Flagrante – Cristina Fiuza foi levada até a Delegacia de Polícia de Sidrolândia na manhã desta terça-feira (18), depois que agentes do Gaeco flagraram porção de 6 gramas de maconha, papel de seda e dichavador no guarda-roupa da vice-prefeita. Ela alegou que a droga e os aparatos pertencem a "um amigo" que usa o entorpecente quando a visita.

Cristina foi ouvida e liberada. Por ser pequena quantidade, a Lei 11.343/2006 prevê que a pessoa é conduzida para registro da ocorrência e assinatura de termo circunstanciado, sendo liberada posteriormente. O procedimento, se é prisão ou assinatura, depende da avaliação do delegado.