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Capital

Histórias violentas: casamento acabou em 30 dias, mas perseguição dura 8 meses

Homem foi preso em flagrante nesta madrugada, depois de tentar arrombar casa onde ex-namorada vive com a mãe

Geisy Garnes e Bruna Marques | 09/08/2021 09:01
Vítima foi à Deam para registrar boletim de ocorrência nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Vítima foi à Deam para registrar boletim de ocorrência nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

Há oito meses, mãe e filha – de 64 e 41 anos – vivem a angústia como alvos da violência de um homem de 36 anos. Ex-namorado da mais nova, o suspeito não aceita o fim do relacionamento e desde janeiro, procura as vítimas em casa incessantemente. Nesta madrugada, em mais um surto, acabou preso ao tentar arrombar um portão para agredir as moradoras.

As mulheres moram no Coophavila II e acionaram a Guarda Municipal para conter o suspeito. Pela segunda vez no dia, ele foi até a casa da ex-namorada, atirou pedras do telhado, tentou arrombar o portão e achegou até a arrancar a lixeira da vizinha para espancar a vítima.

As equipes chegaram a tempo de ver o agressor tentar abrir o portão, enquanto segurava a lixeira, que pretendia usar como arma. Ao ver os guardas, o homem correu. Invadiu uma casa, subiu no telhado e caiu, mas mesmo assim, tentou escapar. Quando tentou pular o muro, foi capturado.

Preso em flagrante, foi levado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Ao Campo Grande News, a idosa de 64 anos conta que desde semana passada, tinha medida protetiva contra o ex-genro e por isso, ele não podia se aproximar da família.

Ao explicar o motivo da medida, a mulher revela meses de perseguição por parte do suspeito. Ele e a filha namoraram por quatro meses, conta. Durante o relacionamento, o ex-genro teve a casa incendiada pelo próprio irmão e perdeu tudo que tinha. Com pena, convidaram ele para morar com elas.

O “casamento” durou apenas um mês. As brigas diárias fizeram com que o relacionamento chegasse ao fim, e mãe e filha pediram para que o homem deixasse a casa. A partir deste momento, não tiveram mais paz. Ele saiu em dezembro, mas constantemente vai a casa delas, arremessa pedras e pedaços de madeira no telhado, grita e ofende as duas.

Em janeiro, a mulher decidiu procurar a polícia e pediu medida protetiva contra o ex. Na época, ele recebeu tornozeleira eletrônica. Após seis meses, o aparelho foi retirado e a presença do suspeito voltou a ser frequente.

“Todas as telhas da minha casa estão quebras, porque ele arremessa pedras. Ninguém dorme quando ele aparece. Ele xinga e grita”, narrou a idosa. Cansada da situação, ela também procurou a polícia e na sexta-feira (6), conseguiu medida protetiva contra o ex-genro. Ainda assim, ele voltou ao endereço na madrugada desta segunda-feira (9).

A primeira vez foi às 2 horas. Durante o escândalo, ela ligou para a Polícia Militar, mas quando a equipe chegou, o suspeito já havia ido embora. Horas depois, por volta das 5 horas, ele voltou a incomodar. Mãe e filha ligaram para a Guarda Municipal e “atenderam” o homem, que exigia da ex, o pagamento de uma suposta dívida de R$ 40.

Durante a discussão, o suspeito ameaçou a ex-namorada de morte e arrancou a lixeira da vizinha para agredi-la. “Ele falou que vai matar ela porque ela é pilantra e merece morrer”, lembrou a mãe. Quando a guarda chegou, ele ainda estava no local e foi detido.

Para a reportagem, a moradora conta que mora com a filha, o neto de 12 anos e um cadeirante de quem ajuda cuidar. Os últimos meses, no entanto, são de desespero. “Ele vive na rua, faz o que quer porque ele sabe que lá em casa não tem homem. Só queria um pouco de sossego, tomo remédio e não consigo”, lamenta.

Segundo a mulher, o ex-genro mora em uma casa invadida a poucas quadras dela e da filha e também já foi denunciado pela ex-mulher por agressão.

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