Hospital Universitário quer deixar regulação municipal até dezembro
Hospital quer priorizar cirurgias eletivas, qualidade nos atendimentos e manter limite de urgências
O Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), gerido pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e vinculado à Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), pretende deixar a regulação municipal junto à Prefeitura Municipal de Campo Grande até dezembro deste ano. A meta é atender somente os 30 leitos de pronto atendimento disponibilizados pelo centro médico e priorizar a redução das filas de cirurgias eletivas, o que, segundo os diretores, trará mais qualidade aos pacientes e alunos da universidade, uma vez que o espaço também é vinculado ao ensino superior.
O centro clínico espera que entre este mês e novembro, ocorra uma reunião junto à CIB (Comissão Intergestores Bipartite) que permita que o hospital se descredencie. O encontro reúne os 79 secretários municipais de Saúde e visa à regulamentação e operacionalização das políticas de saúde, referentes à gestão dos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado.
“A sobrecarga é ruim para todo mundo e neste momento, sendo um hospital universitário, estamos fugindo do objetivo de excelência do hospital”, destacou a superintendente do Humap, Andréa de Siqueira Campos Lindenberg.
De acordo com a gestora, a mudança não traz prejuízo aos alunos e nem faz com que os leitos fiquem sem pacientes. “Que possamos dar dignidade aos pacientes, não achamos digno que em um hospital universitário, alunos atendam muitas vezes em macas de ambulância, não queremos ociosidade de leitos, apenas que o limite de vagas estabelecido seja respeitado”, disse.
Com 210 leitos totais, o centro hospitalar possui um acordo com a prefeitura municipal para que o limite de pacientes em situação de urgência emergência encaminhados ao Humap, seja de 30, mesmo número de vagas disponibilizada pela unidade, o que segundo o gerente administrativo Carlos Alberto Moraes Coimbra, não acontece neste momento.
“Nossa capacidade subiu para 70, 80, 90 e aí está o grande problema, pois isso desestrutura equipes assistenciais, e diferente de um hospital privado, que contrata mais técnicos, médicos e enfermeiros, nosso processo é mais demorado porque tudo passa por contratos, concursos, licitações”, destacou.
De acordo com Coimbra, em maio de 2019, Hospital Universitário e Prefeitura de Campo Grande reduziram em R$ 400 mil mensais o repasse da administração municipal que então era de R$ 700 mil a fim de que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) respeitasse o limite de atendimento do Humap, que em 2020 abriu o espaço para atender os pacientes de covid-19.
Passada a pandemia, o hospital optou por dar prioridade à grande fila de cirurgias eletivas, entretanto, segundo a administração do hospital, a prefeitura seguiu encaminhando pacientes acima da carga estabelecida e isso não permitiu que o centro médico conseguisse priorizar as cirurgias.
“Hoje, as cirurgias são 80% de emergência e 20% eletivas, a gente acredita que não mais participando da rede de urgência e emergência o hospital vai contribuir na redução e atendimento de eletivas, e estamos em vias de finalizar isso”, falou Coimbra.
Redução - Segundo o Hospital Universitário, a arrecadação mensal gira em torno de R$ 5 milhões, sendo R$ 650 mil junto à Prefeitura Municipal, R$ 850 mil do Governo do Estado e o restante oriundo de produção e faturamento hospitalar junto ao Ministério da Saúde via tabela do SUS. Segundo Coimbra, a expectativa é de que até o fim deste ano, o repasse estadual chegue a R$ 1 milhão por mês.
Cabe destacar que caso a mudança se concretize, a prefeitura deve destinar os recursos a outro hospital, para que os atendimentos de urgência e emergência acima da carga do Humap sejam realizados.
O Campo Grande News entrou em contato com a Sesau para saber mais sobre o fato, entretanto, não obteve retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto.
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