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Capital

"Já tinha desistido de viver", diz homem espancado no Santa Fé

Violência teria começado após vítima pedir para vizinho tirar o veículo que bloqueava sua garagem

Por Gabi Cenciarelli | 27/09/2025 17:37


RESUMO

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Um homem de 42 anos foi brutalmente agredido e arrastado na Rua Hermelita de Oliveira Gomes, no bairro Santa Fé, em Campo Grande, após pedir que um vizinho retirasse uma Dodge Ram vermelha estacionada em frente à sua garagem. A vítima atribui o ataque a motivações racistas. Durante o ataque, o homem sofreu facadas na barriga e nas pernas, além de ter um relógio roubado. O agressor, que portava um revólver calibre .22, foi contido pela polícia com uso de algemas e gás de pimenta, mas acabou liberado após pagamento de fiança, apesar das acusações de lesão corporal, desobediência e porte ilegal de arma de fogo.

“Na última hora em que ele me puxou, eu já tinha desistido de viver”. As palavras são do homem de 42 anos que aparece em vídeo sendo espancado e arrastado no meio da Rua Hermelita de Oliveira Gomes, no bairro Santa Fé, na última quarta-feira (24). Ele procurou o Campo Grande News para relatar sua versão sobre o ataque, atribuiu as agressões ao racismo e afirmou que tudo começou por um motivo fútil: o pedido para que o vizinho retirasse a Dodge Ram vermelha estacionada em frente à sua garagem.

As imagens enviadas à reportagem são fortes: mostram o agressor com as roupas cobertas de sangue, espancando e arrastando a vítima pelo meio da rua. Depois de passar por duas cirurgias, ainda internado com muitos ferimentos, o rapaz se diz indignado.

O homem contou que levou facadas na barriga e nas pernas e que, além das agressões, teve um relógio roubado durante o ataque. “Naquela hora, ele estava com um revólver e poderia me matar. Além de me esfaquear, me roubou”, disse, referindo-se ao relógio.

"Já tinha desistido de viver", diz homem espancado no Santa Fé
Manchas de sangue em meio às folhas secas na garagem onde a vítima foi arrastada pelo agressor (Foto: Marcos Maluf)

Ele mora sozinho na casa onde ocorreu o crime e afirma que não é querido pelos vizinhos por ser negro e ter conseguido comprar e reformar o imóvel. “Preto é preso por meia ponta de maconha. Um preto rico não pode ter sorte. O povo aqui é racista. Não posso morar no Santa Fé porque sou preto? Tudo isso começou porque eu pedi para ele tirar a Dodge Ram da frente da minha casa”, declarou.

Indignado, ele afirma que teme a impunidade. “Eu quero que a polícia investigue porque não existe fiança para esse caso. Porte de arma, roubo do relógio e agressão na delegacia. O cara sai sob fiança? O que é isso? E eu no hospital, quase morto?”, questionou.

De acordo com o boletim de ocorrência, quando a PM (Polícia Militar) chegou, encontrou a vítima sendo arrastada pelo agressor, que estava completamente alterado. Para contê-lo, os militares usaram algemas e gás de pimenta. O documento ainda registra que, durante a abordagem, o suspeito deu um tapa no rosto de um policial, além de xingar a equipe. Com ele foram apreendidos um revólver calibre .22 com cinco munições, uma faca com vestígios de sangue, dois celulares e uma chave de carro.

"Já tinha desistido de viver", diz homem espancado no Santa Fé
Caminhonete Dodge Ram vermelha, apontada por moradores como pertencente ao suspeito, estacionada em frente à casa da vítima (Foto: Marcos Maluf)

Ainda conforme a PM, a vítima apresentava ferimentos na mão direita e na cabeça e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida. O autor, que não necessitou de atendimento médico, foi levado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), onde também causou confusão e agrediu outro preso. Ele acabou liberado após pagar fiança arbitrada pelo delegado plantonista. O caso foi registrado como lesão corporal, desobediência e porte ilegal de arma de fogo.

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