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Capital

Jamilzinho é julgado por mandar matar Playboy da Mansão após briga em boate

Marcel foi executado à queima-roupa em um bar da Avenida Fernando Corrêa da Costa

Por Aline dos Santos | 15/09/2024 13:45
Marcel Colombo foi assassinado aos 31 anos (Foto: Reprodução)
Marcel Colombo foi assassinado aos 31 anos (Foto: Reprodução)

Condenado a 23 anos no primeiro júri da operação Omertà, Jamil Name Filho volta aos bancos dos réus a partir desta segunda-feira (dia 16) acusado de decretar a morte de Marcel Colombo, o “Playboy da Mansão”, após briga em boate.

Marcel, de 31 anos, foi executado à queima-roupa em um bar da Avenida Fernando Corrêa da Costa, Vila Rosa Pires, em Campo Grande, na madrugada de 18 de outubro de 2018. Um amigo dele ficou ferido.

Porém, a história remonta a 2016, quando houve desentendimento por causa de balde de gelo. Em interrogatório em 31 de agosto de 2021, Jamilzinho negou ser mandante da morte, mas confirmou o atrito e deu detalhes.

O réu contou que ele e grupo de amigos ocuparam duas mesas na pista, próximas do camarote. Por volta das 2h30, a boate, na Avenida Afonso Pena, começou a esvaziar. Inclusive o camarote, onde restaram dois baldes, um com energético e o outro com cerveja e uísque.

Então, Marcel, que na definição de Jamilzinho “estava muito louco”, entrou no camarote e começou a jogar água nas mulheres. Na sequência, também molhou a camiseta de Name Filho. Ele conta que reagiu com uma frase contendo um encadeamento de três xingamentos. Depois, com a mão aberta, Marcel o empurrou, atingindo o nariz, que logo começou a sangrar.

Na sequência, seguranças retiraram Marcel do local. Um deles aplicou o golpe mata-leão em Jamilzinho. A cena foi testemunhada por Paulo Roberto Teixeira Xavier, que acompanha Name e interveio para que o segurança cessasse o mata-leão. Xavier, que anos depois teve o filho Matheus morto por engano, relatou à Operação Omertà que a briga na boate foi a sentença de morte de Marcel. No ano passado, Jamilzinho foi condenado pela execução do filho do policial.

O réu conta que encontrou Marcel 60 dias depois num bar e ele pediu desculpas. Depois, eles se avistavam por bares e restaurantes, mas sem novos diálogos. Name Filho ainda relata que, na data do crime, estava internado no Proncor.

Conforme a sentença que determinou o júri, uma ex-namorada de Marcel contou que ele ficou três meses fora de Campo Grande após a briga. Ela ainda relatou que a ex-mulher de Name Filho, a qual conhecia por intermédio de uma amiga em comum, teria entrado em contato telefônico para alertar que Marcel saísse da cidade. A explicação foi de que o ex-marido não deixaria aquilo passar em branco.

Depois da briga, a vítima gravou áudio debochando: “Não tenho medo de filho de papaizinho, muito menos do pai dele”.

Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Everaldo de Assis: três dos quatro réus que vão a julgamento.
Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Everaldo de Assis: três dos quatro réus que vão a julgamento.

Réus - Conforme a denúncia, os mandantes foram Jamil Name (falecido) e o filho Jamilzinho. “Destaca que Jamil Name e Jamil Name Filho agiram por motivo torpe, visto que mandaram matar em razão de vingança por agressão anterior praticada pela vítima”. Name e Marcel tiveram desentendimento em uma boate.

Conforme a promotoria, o então guarda municipal Marcelo Rios era de confiança dos Names e um dos responsáveis por receber ordens e repassá-las aos demais, fornecendo suporte nas missões.

O policial federal Everaldo Monteiro de Assis é apontado como intermediário. Ele auxiliava os "homens de confiança" em relação ao suporte necessário à realização das tarefas. Já Rafael Antunes Vieira (ex-guarda municipal) teria ocultado a arma usada no crime. Juanil Miranda Lima efetuou os tiros de pistola contra a vítima. Ele está foragido.

Imagens flagraram momento da execução, em um bar da Capital, no ano de 2018 (Foto: Reprodução)
Imagens flagraram momento da execução, em um bar da Capital, no ano de 2018 (Foto: Reprodução)

A vítima - Marcel ficou conhecido como Playboy da Mansão por dar festas em casa de alto padrão e, em abril de 2016, após ser detido, ironizou a situação dizendo à uma equipe de reportagem que logo estaria solto, tinha dinheiro no bolso, mostrou um maço de dólares e zombou que o jornalista estava trabalhando.

Em 21 de dezembro de 2017, Marcel Colombo foi alvo da operação Harpócrates, deflagrada pela PF (Polícia Federal) e Receita Federal durante investigações sobre a venda de produtos importados sem pagamento de impostos, crime de descaminho.

A ação não tinha mandados de prisão, mas o empresário foi preso em flagrante depois que a Polícia Federal encontrou R$ 2,2 mil em notas falsas, duas armas (uma pistola de pressão e um revólver calibre 635), e ampolas de anabolizantes guardados em sua casa, no bairro Carandá Bosque, na Capital. A prisão preventiva foi revogada em 27 de abril de 2018.

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