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Capital

Mais um ano em que a imprudência motorizada matou e destruiu sonhos

Viviane Oliveira | 30/12/2012 09:34
Mais um ano em que a imprudência motorizada matou e destruiu sonhos
Richard chegando em uma das audiências no Fórum. (Foto: Minamar Júnior)
Richard chegando em uma das audiências no Fórum. (Foto: Minamar Júnior)
Equipamento instalado próximo de semáforo flagra momento em que segurança é atropelado. (Foto: Viviane Oliveira)
Equipamento instalado próximo de semáforo flagra momento em que segurança é atropelado. (Foto: Viviane Oliveira)

O ano de 2012 foi mais um marcado pela imprudência, estupidez e irresponsabilidade no trânsito, que destruiram famílias, sonhos e deixaram sequelas profundas, difíceis de esquecer. De janeiro até agora 122 pessoas morreram nas ruas de Campo Grande e viraram notícias que geraram revolta, comoção popular e jamais serão compreendidas. Tragédias que poderiam ser evitadas se não fosse, em muitos dos casos, a combinação entre o excesso de velocidade e o uso de bebida alcoólica.

Na madrugada do dia 31 de maio o estudante Richard Ildivan Gomide Lima, de 21 anos, matou no trânsito o motociclista Davi Del Valle Antunes, 31 anos, que estava parado no semáforo no cruzamento da avenida Afonso Pena com a Arquiteto Rubens de Camilo em frente ao Shopping Campo Grande.

Ele foi lançado a 38 metros de distância e a moto a 57 metros, conforme constatado pela perícia. O radar mostrava que o carro, um Fiat Punto, estava a 83 km/h e furou o sinal, que estava vermelho há sete segundos. Davi, que era segurança, voltava para a casa após o trabalho. Richard foi preso em flagrante e ficou 6 meses atrás das grades.

Apesar de ter sido solto no dia 7 de novembro ele pode ir a júri popular por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Um dia após o acidente Richard conversou com o Campo Grande News. Durante a conversa Richard admitiu que no dia do acidente havia ingerido bebida alcoólica. Ao ser indagado se estava bêbado, respondeu com a afirmação de que "90% das pessoas dirigem após ingerir bebida alcoólica".

A família do motociclista entrou na Justiça para cobrar indenização de Richard, que provocou o acidente. O pedido de indenização tramita na 8ª Vara Cível. O valor da ação é R$ 535 mil. Davi deixou a esposa Lays Mariane de Oliveira da Silva, 23 anos, e o filho Victor Gabriel, de 1 ano.

Na ocasião, o condutor se negou a fazer o teste do bafômetro, contudo, foi registrado um termo de embriaguez, pois, conforme os policiais que atenderam a ocorrência, o jovem apresentava forte odor de álcool, além da voz pastosa e embargada.

A pancada foi tão forte, que o poste feito de concreto e ferro, caiu sobre a caminhonete. (Foto: Simão Nogueira)
A pancada foi tão forte, que o poste feito de concreto e ferro, caiu sobre a caminhonete. (Foto: Simão Nogueira)
Naiane de Melo Nunes morreu no local do acidente. (Foto: reprodução/facebook)
Naiane de Melo Nunes morreu no local do acidente. (Foto: reprodução/facebook)

No dia 8 de junho a vítima foi o próprio condutor que morreu, após chocar o carro que conduzia contra um poste. Luiz Henrique Maffissoni Pinha, de 23 anos, morreu horas depois de perder o controle do veículo que conduzia, uma Dodge Ram, subir no canteiro da avenida Afonso Pena, capotar e bater no poste de iluminação. A pancada foi tão forte, que o poste feito de concreto e ferro, caiu sobre a caminhonete.

Pouco mais de um mês, no dia 9 de julho, Jaelke Carrelo Rodrigues, 19 anos, condutora do veículo Corsa Classic que capotou e matou Naiane de Melo Nunes, 19 anos, se recusou a fazer o teste do bafômetro. O acidente aconteceu na avenida Mato Grosso próximo ao supermercado Wall Mart, Jaelke bateu o carro contra o meio-fio, sem seguida atingiu uma placa e acabou capotando.

O corsa após capotar, ainda bateu contra um coqueiro. Naiana estava no banco traseiro morreu no local do acidente. No veículo além das duas jovens estavam mais três passageiros, desses, dois adolescentes. Minutos antes do acidente, o grupo estava bebendo em um posto de combustíveis no cruzamento da avenida Mato Grosso com a rua Ceará. Jaelke foi indiciada por homicídio doloso – quando a pessoa assume o risco de matar, como por exemplo, dirigir bêbado e em alta velocidade.

Estatísticas - Dados do GGIT (Gabinete de Gestão Integrada do Trânsito) mostram que até agora - de janeiro a 17 de dezembro - foram 122 vítimas fatais, das quais 78 motociclistas, 15 ciclistas, 20 pedestres, 6 condutores e 3 passageiros do carro. Em 2011, segundo o GGIT, ocorreram 132 mortes no trânsito e mais de 60% destas mortes envolveram condutores de motos: morreram 82 motociclistas, 20 ciclistas, 19 pedestres, 4 condutores e 7 passageiros.

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