Metanol expõe quanto de bebida clandestina abastece a noite da Capital
Ação conjunta apreende destilados irregulares e leva gerente da Valley Pub à delegacia
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A operação de fiscalização em casas noturnas e tabacarias de Campo Grande na noite deste sábado (4) expôs o tamanho do risco que o consumo de bebidas clandestinas representa para quem frequenta a noite da Capital. A ação foi motivada pela preocupação com casos suspeitos de intoxicação por metanol e resultou na apreensão de bebidas irregulares no Valley Pub, localizado na Avenida Afonso Pena, e na condução do gerente à delegacia.
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A operação da DECON (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) contou com o apoio das equipes do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), da Vigilância Sanitária e da Guarda Civil Metropolitana. O foco é identificar estabelecimentos que comercializam produtos de origem duvidosa ou sem comprovação de procedência, o que pode colocar em risco a saúde dos consumidores.

Durante a vistoria no Valley Pub, foram apreendidas garrafas de vinhos de rótulos variados, entre eles Angélica Zapata, de origem argentina, e Les Vignes de L’Enfant Jésus, aparentemente francês. Também havia bebidas frisantes e espumantes rosé com tampas azul-claro, semelhantes às de marcas como Lambrusco Rosé. Entre os destilados, os agentes encontraram as tequilas José Cuervo Especial (Gold) e Azteca de Oro, além de um maço de essência Tangiers sabor Cane Mint, usada em narguilés. Algumas das bebidas estavam vencidas, o que reforçou as suspeitas sobre irregularidades no armazenamento e na comercialização dos produtos.

Já em uma tabacaria na Avenida Júlio de Castilhos, os agentes fiscalizaram bebidas, essências e o alvará de funcionamento. O gerente Gabriel Almeida Duarte informou que o estabelecimento foi liberado após a checagem. “Eles olharam tudo e não encontraram nada irregular”, afirmou. Apenas uma caixa de essência de narguilé foi apreendida por falsificação, já que a marca apresentava diferença de grafia, um “g” a menos no nome.
Com a operação, as forças de segurança reforçam o alerta: parte das bebidas que circulam em festas, bares e baladas pode não ser original. O consumo de álcool adulterado, especialmente com metanol, pode causar graves intoxicações, cegueira e até a morte. A Vigilância Sanitária mantém as análises dos produtos apreendidos e deve encaminhar um relatório à Polícia Civil, que investiga a origem das bebidas e possíveis crimes contra as relações de consumo.
Na sexta-feira (3), autoridades estaduais se reuniram na sede da SES (Secretaria de Estado de Saúde) para discutir medidas de intensificação da fiscalização, aprimoramento do atendimento médico a pacientes com suspeita de intoxicação e procedimentos de coleta e análise laboratorial de amostras.
Conforme o MS (Ministério da Saúde), Mato Grosso do Sul registra cinco casos suspeitos de intoxicação por metanol, incluindo a morte de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, na Capital. No total, o país soma 195 notificações e 13 óbitos em investigação.
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