ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  05    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Moradores de favela buscam apoio da Defensoria Pública contra ordem de despejo

Grupo que ocupa terreno na região do Parque do Sol foi intimado a desocupar o local em um prazo de 15 dias

Por Mylena Fraiha e Kamila Alcântara | 22/02/2024 17:39
Recepção da Defensoria Pública de MS, localizada na Rua Antônio Maria Coelho, na Capital (Foto: Direto das Ruas)
Recepção da Defensoria Pública de MS, localizada na Rua Antônio Maria Coelho, na Capital (Foto: Direto das Ruas)

Na tarde desta quinta-feira (22), moradores da favela Cidade dos Anjos procuraram apoio da Defensoria Pública para impedir a ordem de despejo que receberam. O grupo, que ocupa um terreno na Rua Segismundo Tavares Santana, região do Parque do Sol, foi intimado a desocupar o local em um prazo de 15 dias.

A dona de casa Camila Alves, de 33 anos, é uma das moradoras da Cidade dos Anjos que participou da reunião com defensores públicos do NUFAMD (Núcleo da Fazenda Pública, Moradia e Direitos Sociais) nesta tarde.

Ela explicou que durante o encontro, ficou acordado que haverá um mutirão de cadastramento e regularização de documentos dos moradores. "Isso vai ajudar com a regularização junto à Emha, porque vai fazer a descrição de quem mora nessa área", afirmou a moradora da Cidade dos Anjos.

Camila também ressaltou que os moradores estão tranquilos e não temem um despejo antes do prazo estipulado. "Para haver despejo é preciso uma ordem judicial e uma notificação adequada", disse.

A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul para mais detalhes sobre a ação. A assessoria do órgão informou que buscará informações adicionais. O espaço permanece aberto para futuros posicionamentos.

Entenda - O pedido de despejo foi entregue no último sábado (17) e é assinado pelo juiz Paulo Roberto Cavassa de Almeida, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos. A solicitação foi feita pela Prefeitura de Campo Grande. Os barracos começaram a ser construídos durante a pandemia.

Em 2022, 40 casas foram demolidas em uma ação de reintegração de posse ao município, com apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Na época, os moradores mantiveram a esperança de conseguir um local regularizado, mas o número de barracos aumentou consideravelmente, chegando a cerca de 300 famílias em condições precárias, segundo relatos dos próprios moradores.

Cerca de 300 famílias vivem em uma área pública invadida, no bairro Parque do Lageado (Foto: Alex Machado)
Cerca de 300 famílias vivem em uma área pública invadida, no bairro Parque do Lageado (Foto: Alex Machado)

Sem a possibilidade de abrir mão de seus lares improvisados, alguns moradores cogitam até mesmo protestar caso sejam obrigados a sair. “Eles entregaram duas intimações iguais, dizendo que eram válidas para todos que moram aqui. Um grupo está na Defensoria Pública para tentar ajuda, mas se for necessário, fecharemos a estrada ou protestaremos na Prefeitura, porque não temos para onde ir”, desabafou Ancarlos dos Santos, de 31 anos, residente na área há três anos.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias