Moradores de rua ocupam praça e ruas no São Lourenço e causam insegurança
Quem mora no bairro também diz que situação é problema social
Moradores do Jardim São Lourenço, em Campo Grande, se sentem inseguros com a presença de moradores em situação de rua que andam pela região. A maioria se junta na praça localizada entre as ruas Professor Xandinho e José de Freitas Guimarães.
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Os moradores do Jardim São Lourenço, em Campo Grande, expressam preocupação com a presença de usuários de drogas na região, especialmente na praça entre as ruas Professor Xandinho e José de Freitas Guimarães. Vendedores e residentes relatam que muitos usuários circulam pelo local, alguns pedindo comida ou mexendo no lixo, e que a situação se torna perigosa devido a brigas e furtos. Apesar de não terem sido vítimas diretas de crimes, os moradores pedem mais apoio do governo e da prefeitura para ajudar essas pessoas, destacando a necessidade de ações que vão além da repressão policial, como assistência social e programas de recuperação. Recentemente, uma cena alarmante de sangue em uma calçada chamou a atenção, mas os moradores não souberam explicar o que ocorreu, evidenciando a insegurança e a falta de informações na comunidade.
O vendedor de salgados, José Carlos, 68 anos, há 8 anos, trabalha na esquina das ruas José de Freitas Guimarães e Antônio Bicudo. Segundo ele, durante as seis horas que permanece no local, muitos andarilhos, entre eles, vários usuários de drogas circulam pela região.
“Ficam mexendo com lixo, pegando resto de coisas andando por aqui. Tem muito deles na praça, bastante. Já vi eles usando droga durante o dia. De vez em quando brigam entre eles. Nunca fui assaltado por nenhum, mas já vi furtarem bicicleta”, relatou.
José Carlos classificou a situação como “triste”. Para o vendedor, o poder público deveria agir para tirar os usuários de drogas do bairro. “É triste, não adianta colocar só polícia para prender, tem que dar socorro para essas pessoas. Eles também precisam de ajuda e apoio, mas ninguém dá. Muitos nem são daqui, vêm para ficar no Cetremi [Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua], se envolvem com drogas e ficam na rua. Para se recuperar depois é muito difícil. O governo e a prefeitura precisam dar apoio para esses coitados”, disse.
Morando na região há 10 anos, o corretor de imóveis, Lauro José da Silva, 60 anos, relatou que o ponto crítico do bairro é a praça. Diz que ali se concentra o maior número de usuários. “Na verdade, eles são agressivos, eles são pedintes, algumas pessoas da vizinhança até ajudam com alimentação. Eles compram droga no Bairro Tiradentes e vêm consumir aqui na praça”, afirmou.
Questionado sobre os casos de roubos e furtos, Lauro disse que é comum os usuários entrarem em casas e prédio desocupados. “Eles só invadem casas e prédios vazios para furtarem fios e venderem em troca de droga, nunca mexeram comigo e nem na minha casa. Aqui nessa área é difícil a polícia e a guarda municipal fazerem rondas, eles só vêm em caso de ocorrência, caso o contrário, a gente nunca vê”, pontuou.
Sangue na calçada – Na manhã desta terça-feira (10), a calçada de um prédio desocupado, situado no cruzamento das ruas Professor Xandinho e Ibirapuera, amanheceu com uma mancha grande de sangue e, ao lado, um cobertor também ensanguentado.
Apesar da cena chamar a atenção, os moradores da região não souberam dizer o que aconteceu. “Todos os dias eu passo por aqui empurrando meu filho no carrinho e ontem não tinha nada. Não escutei nada e não sei o que aconteceu”, disse a mulher que mora em frente ao ponto e preferiu não se identificar.
Empresário da região disse não ter ouvido barulho durante a madrugada e soube que havia sangue na calçada somente quando questionado pela reportagem. “Ali dormem usuários de droga, mas nunca mexeram em nada. Eles passam por aqui durante o dia, mas a região não é perigosa”, disse.
O Campo Grande News teve acesso a uma câmera de segurança direcionada ao ponto onde o sangue estava. Apesar de estar escuro, é possível ver vulto de gente se mexendo e, na sequência, um homem saindo do local, durante a madrugada.
Segundo a tenente-coronel Cleide Maria da Silva, comandante da 6ª CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar), o trecho onde o sangue estava é divisa de área com o 1º Batalhão e faz parte da Região do Bandeira. Indo contra a reclamação dos moradores, a policial informou que “nunca veio nenhuma demanda que me preocupasse, mas o policiamento rotineiro é feito e está dando certo, porque a sociedade que mora ali perto nunca me trouxe nenhum problema”, explicou.
A tenente-coronel disse que as equipes da 6ª CIPM não foram acionadas para atender essa ocorrência durante a madrugada.
Como o local é de responsabilidade também do 1º Batalhão da PM, a reportagem entrou em contato com a responsável pela área para saber se as equipes plantonistas foram acionadas durante a noite e a resposta foi que “esse local é área da 6ª CIPM. As equipes do 1° BPM não atenderam nenhuma ocorrência na área da 6ª CIPM ontem”.
Até o momento não se sabe o que aconteceu na calçada e nem para onde a vítima foi levada. Na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol também não foi registrado boletim de ocorrência.
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