Moradores improvisam cruz para sinalizar buraco em rua do Jardim Centenário
Cratera cresce há mais de um mês e preocupa quem passa pelo local

Buraco aberto há mais de um mês na Rua Quiri-Quiri, no bairro Jardim Centenário, em Campo Grande, virou um símbolo da espera por manutenção pública. Na manhã desta terça-feira (28), a reportagem esteve no local e constatou o tamanho do problema: o asfalto cedeu, abrindo uma cratera profunda que inspira medo em quem mora por perto.
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Moradores da Rua Quiri-Quiri, no Jardim Centenário em Campo Grande, improvisaram uma cruz de PVC para sinalizar uma cratera que se abriu há mais de um mês. O buraco, que começou como um pequeno afundamento, agora tem aproximadamente dois metros de profundidade e preocupa a comunidade local. A situação se agravou após a passagem de um caminhão e as últimas chuvas. Apesar dos moradores terem contatado a Prefeitura, que prometeu enviar uma equipe ao local nesta semana, nenhum órgão público realizou a sinalização adequada da área, forçando os residentes a tomarem medidas preventivas por conta própria.
Para tentar evitar acidentes, moradores improvisaram uma cruz feita de forro de PVC e fincaram um pedaço de tronco dentro do buraco, como forma de alerta.
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Moradora de 56 anos, que vive há 12 anos em uma casa em frente à cratera e preferiu não se identificar, contou que o buraco começou pequeno e piorou com as últimas chuvas. “Começou como um afundamento, mas depois de um caminhão passar por aqui, o buraco abriu ainda mais. Tenho medo de alguém cair, principalmente as crianças da rua”, relatou.
Segundo ela, os vizinhos entraram em contato com a Prefeitura de Campo Grande e receberam a informação de que uma equipe deve ir até o local nesta semana. “Eu nem chego perto; o asfalto está cedendo. Tenho medo de acidente e tenho certeza de que pode acontecer algo se não arrumarem logo”, afirmou.

A moradora lembra ainda que o problema não é inédito. “Anos atrás, abriu outro buraco na esquina da Quiri-Quiri com a Asa Branca. Parecia o mesmo. Da outra vez, demorou dois meses para arrumarem”.
O produtor de vídeo Emílio de Oliveira Lopes Júnior, de 26 anos, que mora na Rua Asa Branca, também acompanha a situação desde o início. “O buraco está aqui há mais de um mês e meio. No começo, era só um afundamento no asfalto; depois, foi aumentando. No dia 1º de outubro, minha esposa me mandou um vídeo mostrando que já tinha cerca de 50 centímetros de profundidade. Agora deve ter quase dois metros”, contou.

Ele passa pelo local todos os dias para ir e voltar do trabalho. “Tem dias que esqueço e acabo passando por ali, mas tento evitar. Quando vem da Guaicurus para o bairro, tem que entrar na contramão para desviar. Já aconteceu de vir um carro de frente e precisar frear na hora. Ainda não houve acidente, mas é perigoso”, alertou.
Emílio reclama que até agora nenhum órgão público apareceu para sinalizar a área. “Tudo que tem ali foi feito pelos moradores. Nunca vi ninguém da prefeitura vir aqui.”
Em nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Serviços e Parques) informou que recebeu a solicitação ontem e que o reparo deve ser feito ainda hoje, conforme a programação do órgão.
No fim de semana, a chuva voltou a transformar as ruas de Campo Grande em um retrato conhecido: crateras abertas, vias alagadas e obras danificadas.
Na região da Chácara dos Poderes, parte da estrutura da bacia de amortecimento na Rua Urupês com a Estrada Dídimo Martins Acosta, na divisa com o Jardim Noroeste, desmoronou. O local, que estava em obras para conter enxurradas, precisou ser interditado pelos próprios trabalhadores da empreiteira.
Enquanto isso, na Estrada SE-1, o cenário foi de destruição: crateras tomaram conta da via e até um poste caiu dentro de um buraco. No Jardim Noroeste, o lamaçal que já incomodava a Comunidade Aguadinha virou um rio de lama. “A água entra em todas as casas”, relatou o morador Jonathas Santos, que registrou o alagamento pela segunda vez em dois dias.
As pancadas de chuva, rápidas, mas intensas, também provocaram transtornos em outros bairros da capital, como Santo Amaro e Vila Alba, onde houve queda de árvore.
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