Moradores reclamam de carros alegóricos deixados em canteiro desde Carnaval
Segundo moradores, local se tornou acumulado de lixo; presidente de escola diz que pretende realocar os carros
Carros alegóricos deixados em um canteiro entre as Ruas Aeroclube e Luiz Fernando Fernandes, no Bairro Vila Sobrinho, em Campo Grande, logo após encerrarem os desfiles do Carnaval de 2023, em março, continuam no local. Na manhã desta terça-feira (18), a equipe de reportagem do Campo Grande News esteve no local e foi informada que os carros pertencem à escola de samba Igrejinha, e estão ali porque o grupo não possui galpão para armazenar as alegorias.
A presidente da escola Marisa Ocampos, 59 anos, explica que deu entrada na Prefeitura de Campo Grande para reivindicar um espaço e que, no início do ano, o Executivo informou que cederia um local para o grupo. Já se passaram cerca de cinco meses, desde o Carnaval, mas não há previsão de local. "É um processo burocrático muito grande”.
Sem um destino certo, as alegorias se tornaram um transtorno para os moradores da região. A dona de uma academia em frente ao canteiro, Rebeca Lopes, 29 anos, relatou para a reportagem que o local virou um acumulado de lixo desde que os carros foram deixados ali.
Segundo relato da empresária, os carros alegóricos atrapalham o fluxo de clientes do local, além de ocupar uma área de uso coletivo. O canteiro, segundo ela, era cuidado pela família, que até chegou a plantar árvores e cortar a grama.
Rebeca lamenta a situação atual do local e da escola. “Eu não vou ao carnaval porque sou evangélica, mas sou a favor porque movimenta a economia e faz parte da nossa cultura. A prefeitura deveria dar um respaldo para a escola e um lugar mais confortável para trabalharem”.
A cuidadora de idosos Gláucia Duarte, 58 anos, relatou que pessoas em situação de rua costumam dormir dentro dos carros e acumular lixo, que se torna um problema em período chuvosos por conta do acúmulo de água parada. "Se não tem onde colocar, desmancha e monta de novo no Carnaval, porque isso está muito feio e perigoso na rua", opina.
A presidente da escola, Marisa Ocampos, declara que não tem a intenção de causar desavenças com a vizinhança. Por isso está à procura de um terreno para alugar enquanto aguardam os trâmites com a prefeitura. "A intenção não é atrapalhar nem incomodar ninguém, a gente só tá ali porque não tem conseguido espaço".
De acordo com a presidente, um dos membros da organização da escola mora no local e cuida da manutenção e limpeza do canteiro e dos carros alegóricos. A previsão é de realocar os carros até o início de agosto.
A reportagem procurou a prefeitura, que não se manifestou até a publicação da matéria.
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