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Capital

Movimentos culturais cobram que promessa de Bernal saia do papel

Zana Zaidan | 29/10/2013 09:56

A falta de um espaço bem estruturado e que seja acessível para toda a população é unanimidade entre os nomes que fomentam a cultura em Campo Grande, e a Cidade do Natal é apontada como lugar ideal para abrigar eventos culturais em geral.

O que foi anunciado pela Prefeitura que, em parceria com a Fundac (Fundação Municipal de Cultura), garante que no local diferentes projetos artísticos vão acontecer ininterruptamente, e não apenas nas datas festivas de fim de ano, vai ao encontro do que esperam os idealizadores de projetos, que esperam que a promessa “não fique só no papel”.

Conhecido como Zé Geral, por há 18 anos promover o sarau que leva o mesmo nome, o músico é militante do destino dado pela prefeitura à Cidade. “Sou totalmente a favor. Muita gente disse que a demolição acabou com o nosso Natal, mas é o contrário, vai melhorar. Além disso, Natal é só consumismo, espero que o leque de projetos vingue, que a prefeitura dê continuidade e não fique só no papel”, opina.

Para o experiente músico e organizador de rodas de cantorias, na Cidade do Natal poderiam ser organizadas oficinas e festivais de música. “Se me perguntassem: ‘O Zé Geral topa ensinar crianças a tocar violão?’, toparia na hora”, sugere.

A turma do teatro endossa o movimento. O ator e diretor do grupo de teatro de rua Maracangalha, Fernando Cruz, comenta que a Cidade do Natal está em um lugar democrático, onde todos podem facilmente chegar de ônibus, mas hoje é alvo de reclamações da população. “Ali tem bastante público, fica lotado de gente aos domingos, por exemplo. Mas muitos só vão ali para beber, usar drogas. Oferecer um projeto bacana, que valorize a cultura urbana, com teatro de rua, hip hop, a galera do grafite, é trazer mais educação e oportunidades para todos”, acredita.

O ator aponta, ainda, que seja aberto um edital para selecionar diferentes projetos para a Cidade do Natal. “É uma forma de valorizar o artista local, com critério. Campo Grande tem uma diversidade cultural muito grande, grupos afros, colônia paraguaia, japonesa, só falta espaço e incentivo”, acrescenta.

O Fórum Municipal de Cultura foi um dos pioneiros no movimento que cobrou da prefeitura uma destinação para o espaço da Cidade do Natal. “Sempre questionamos até que ponto vale ter um equipamento público, em que foi investido dinheiro público e exige manutenção contínua, para ser usado só no fim do ano. Vez ou outra aconteceram eventos, mas a Cidade do Natal passou a maior parte do tempo ociosa do que funcionando”, comenta.

“Nossa última reunião com o Júlio Cabral (diretor da Fundac) foi há dois meses, e eles garantiram que acatariam nossa proposta e, pelo que foi colocado, a ideia será bem trabalhada”, explica Samúdio, que enumera feiras, festivais e eventos culturais que podem ser realizados no espaço.

Eventos - Ontem, Cabral acompanhou com o prefeito Alcides Bernal (PP) no primeiro passo para a revitalização da Cidade do Natal, com a demolição de parte da estrutura. Ambos limitaram-se a dizer que vários eventos vão acontecer no espaço, como exposições de veículos, animais, e as festividades de fim de ano.

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