“Não preciso chorar”, ironiza advogado sobre convencer o júri a absolver PF
Jail Azambuja, calmamente, voltou a afirmar aos jurados que MP não conseguiu ligar cliente a assassinato
O último a falar com os jurados no segundo júri da Omertà, na madrugada desta quinta-feira (19), Jail Azambuja, que defende o policial federal Everaldo Monteiro de Assis, fez ironias, mas calmamente afirmou aos jurados que a acusação só liga o cliente ao homicídio de Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, por um áudio de WhatsApp, que na verdade, foi enviado a um delegado. O advogado disse que não precisaria chorar ou bater na mesa para convencer os jurados de que não há provas contra o PF.
“Eu podia bater na mesa, me ajoelhar, até tentar chorar. Vimos aqui tudo que é tipo de choro. De testemunha, de promotor, de delegado. Nem o Everaldo que sentou aqui na condição de réu, chorou”, afirmou, fazendo referência à emoção dos promotores, nas considerações finais, e do delegado Tiago Macedo, testemunha de acusação ouvida no primeiro dia.
Azambuja também disse que não admitiria ser chamado de mentiroso. “Já fui promotor, juiz e hoje sou advogado. Não acho que agora, quase sexagenário, alguém vai me chamar de mentiroso. A acusação diz que a defesa mentiu o tempo todo. Nós não”.
Por fim, ele até pegou o carrinho de compras levado pelos promotores ao plenário com recheado com as 10,6 mil páginas do processo contra os réus pela morte de Colombo, também numa ironia de que apesar de todas aquelas folhas de papel, relacionada à acusação ali debatida, “só o áudio” havia contra o cliente.
Antes dele, Yahn Sortica também fez o discurso final, lembrando aos jurados que o cliente, o ex-guarda civil metropolitano Rafael Antunes, não é acusado de homicídio, mas de ocultar a arma do crime. Voltou a dizer que não haviam provas da suposta contribuição do réu e pediu a absolvição de Antunes, já condenado por envolvimento com a organização criminosa.
A morte – Marcel Colombo, empresário de Campo Grande de 31 anos, foi morto em 18 de outubro de 2018. Ele estava em cachaçaria com amigos, sentado em deck próximo à calçada da Avenida Fernando Corrêa da Costa, quando atirador desceu de moto e se aproximou. Seis tiros atingiram a vítima, um deles de raspão e outros cinco pelas costas, que morreu sentada no estabelecimento.
Jamil Name Filho é acusado de decretar a morte de Colombo, enquanto Marcelo Rios, ex-guarda civil metropolitano e “homem de confiança” de Jamilzinho, seria o arquiteto do plano de assassinato com o suporte do policial federal, que elaborou dossiê sobre o alvo, e do também ex-guarda Rafael Antunes, todos no banco dos réus desde a segunda-feira (16).
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