Neta vai à Sesau "implorar" por vaga em CTI à avó de 86 anos internada em UPA
Idosa com pneumonia e falência renal aguarda transferência para hospital há três dias
Jovina de Araújo Silva, 86 anos, está internada na UPA da Moreninha desde domingo (8) com pneumonia e falência renal. Diabética e precisando de hemodiálise, ela aguarda transferência para um hospital com maior estrutura, mas após três dias, a vaga ainda não foi liberada. A neta, Olívia Garcia, 34 anos, foi à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) nesta quarta-feira (11) para “implorar” por uma vaga em um CTI devido à gravidade do quadro.
A situação da idosa é considerada delicada. Além da pneumonia, ela sofre de Alzheimer e diabetes, o que agrava seu estado. O pedido de transferência para um hospital foi feito ainda na segunda-feira (9), no dia seguinte à sua internação, mas, até agora, não houve liberação de vaga. “Minha avó está recebendo tratamento na UPA, mas lá não tem a estrutura que ela precisa. Ela tem que fazer hemodiálise, e até agora não conseguimos vaga em nenhum hospital”, explicou Olívia. “Se ela não fizer o tratamento, ela vai morrer”, reforçou.
Segundo a neta, apesar de estar sendo bem tratada pelos funcionários da UPA, a situação de sua avó é desesperadora pela falta de estrutura adequada. "Ela geme de dor, chora de dor. Ela é uma senhorinha de 86 anos que tem Alzheimer, tem diabetes, está passando por muita coisa há muito tempo, e a única coisa que a gente quer é amenizar o sofrimento dela", destacou.
Olívia relatou ainda que, na UPA, Jovina recebe antibióticos, soro e medicamentos para dor, mas a dipirona não tem sido suficiente para aliviar o sofrimento da idosa. “Ela está na área vermelha. Não podemos acompanhá-la, ela está sozinha, numa situação muito delicada. Na UPA ela toma antibiótico, soro, remédio para dor, mas a dipirona não está resolvendo. Eu até pedi um medicamento mais forte para aliviar, mas ela continua gemendo e chorando de dor”, relatou.
Na tentativa de buscar uma solução, a neta foi até a Sesau, onde foi atendida por funcionários que disseram não poder fazer muito além de tentar agilizar o processo de transferência. “Disseram que vão tentar puxar a vaga dela por aqui, mas que até então não podem fazer muita coisa. E é nessa incerteza que ficamos. Expliquei a situação, eles disseram que vão tentar, mas que não há muito a se fazer. Agora, volto à UPA para ver o que mais posso fazer por lá, porque minha avó precisa de atendimento hoje, não amanhã e nem depois”, desabafou.
A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada, mas até o momento não se pronunciou sobre o caso ou com uma previsão de transferência da idosa. O espaço segue aberto.