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Capital

No cemitério Santo Antônio, depredação é denúncia no Dia de Finados

Familires criticam furto de peças nos jazigos no cemitério mais antigo de Campo Grande

Silvia Frias e Dayene Paz | 02/11/2021 12:33
Furto de estátua revolta familiares que deixam protesto no túmulo (Foto: Paulo Francis)
Furto de estátua revolta familiares que deixam protesto no túmulo (Foto: Paulo Francis)

No cemitério mais antigo de Campo Grande, a movimentação foi tranquila durante a manhã, no dia de homenagem aos mortos. Quem passou pelo local, lamentou a depredação dos túmulos, alvo constante de vândalos.

O Santo Antônio foi aberto em 1914, na região da antiga fazenda Bandeira. Pelo cemitério, é possível encontrar marcas de onde as peças foram retiradas, além da destruição de porta e vidros. Em um deles, cartaz de protesto foi deixado, ao lado da foto de como o jazigo era, com a estátua. A reportagem ainda tentou localizar algum familiar pelo local, mas, ninguém foi encontrado.

O aposentado Jorge Natálio Abrão, 71 anos, esteve no cemitério para visitar os túmulos do sogro e do pai. Notou a ausência de peça de mármore em um dos jazigos, o do sogro, morto há 13 anos. “A gente chega para visitar e tem essa surpresa nada agradável”, disse.

Dia de homenagem no cemitério Santo Antônio (Foto: Paulo Francis)
Dia de homenagem no cemitério Santo Antônio (Foto: Paulo Francis)

Abrão diz que costuma ir ao cemitério frequentemente, passando pelos túmulos e hoje, por ser dia especial, fez questão de prestar as homenagens. “Minha mulher não gosta de vir, então eu venho por ela”.

O arquiteto Wilson Arakaki, 43 anos, levou a esposa e os filhos para visitar o túmulo dos pais deles, que morreram entre os anos de 2014 e 2019. Arakaki diz que a visitação é hábito desenvolvido a partir da mãe, que sempre o levava ao cemitério. “Quando venho, é para me lembrar dela, porque vinha por incentivo dela”.

Lúcia Benites, 89 anos, foi ao cemitério para visitar o túmulo da irmã, que morreu no último sábado, aos 93 anos. Pelo local, a idosa tem histórico de saudades. “Tenho mãe, pai, sobrinhos, todos enterrados aqui e todos os anos eu venho”, diz.

Lúcia (esq), acompanhada da nora, Neuza, foi visitar o túmulo da irmã (Foto: Paulo Francis)
Lúcia (esq), acompanhada da nora, Neuza, foi visitar o túmulo da irmã (Foto: Paulo Francis)

Lúcia estava acompanhada da nora, a professora aposentada Neuza Alves Benites, 68 anos.

 Além de auxiliar a sogra, também visitou o túmulo da filha, Cristiane, que morreu com apenas um mês de vida, de meningite, há 44 anos.

Neuza tem três filhos e seis netos, amores que preenchem o coração, mas, diz que sempre guardará a lembrança da filha. “Sinto saudade dela, foi só um mês que ela viveu com a gente, mas relembro e fico emocionada até hoje”, disse.

Imagem do alto do cemitério Santo Antônio, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Imagem do alto do cemitério Santo Antônio, em Campo Grande (Foto: Paulo Francis)


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