ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  25    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Onça capturada após ataque fatal está 26 kg abaixo do peso ideal

Animal passará por bateria de exames e depois será integrado a programa do Governo Federal

Por Ana Paula Chuva e Murilo Medeiros | 24/04/2025 12:59
Onça capturada após ataque fatal está 26 kg abaixo do peso ideal
Momento em que onça-pintada foi retirada da viatura no CRAS (Foto: Marcos Maluf)

A onça-pintada macho capturada no Pantanal por atacar o caseiro Jorge Ávalo, 60 anos, ficará no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande até ter sua saúde estabilizada. O animal de aproximadamente 9 anos deveria estar pesando 120 kg, mas está com 26 kg a menos.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A onça-pintada macho capturada no Pantanal após atacar um caseiro ficará no CRAS em Campo Grande para se recuperar. O animal, com 26 kg abaixo do peso ideal, será avaliado e monitorado por programas do Governo Federal. Autoridades investigam se o ataque foi influenciado pela perda de medo do animal em relação a humanos, possivelmente devido à ceva. A onça passará por exames e receberá um chip de identificação no CRAS.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (24), o secretário-executivo de Meio Ambiente, Arthur Falcette explicou que após passar pelos exames no CRAS e ter o quadro de saúde estabilizado, o animal deverá ser integrado a programa do Governo Federal para monitoramento.

“Ele será direcionado pelo ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para uma instituição de preservação. Essa é uma situação absolutamente atípica. É a primeira onça-pintada no Brasil a ser capturada após ataque a humano, sem dúvidas haverá muita demanda para estudar esse animal. Precisamos entender essa dinâmica”, afirmou o secretário.

Onça capturada após ataque fatal está 26 kg abaixo do peso ideal
Secretário-executivo Arthur Falcette durante a coletiva de imprensa (Foto: Marcos Maluf)

Arthur ainda disse à imprensa que sem ter posse de todas as imagens do local, não há como determinar se foi uma onça que atacou o caseiro. No entanto, destacou que a situação está sendo avaliada pela Polícia Civil.

“Não podemos fazer relação entre animais que se alimentaram do corpo e um ataque. Encontrar material na boca ou nas fezes do animal não é o suficiente para fazer uma ligação direta a ter sido um ataque provocado por aquele animal”, pontuou Falcetter.

O secretário ainda pontuou que no local há um grande trânsito de pessoas que não produtores rurais e o Estado tem um bom histórico de interação com a fauna. “Precisamos nesse momento condenar a caça. Alguns oportunistas estão se organizando para caçar onças naquele local por conta do ataque”, finalizou.

Ainda na coletiva, o veterinário e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Gediendson Ribeiro de Araújo, relatou que o caso do ataque está diretamente relacionado a aceitação de animais silvestres à presença humana.

“O animal perdeu o medo do ser humano e isso é incomum. Não é normal que uma onça se aproxime tanto, com o barulho das chalanas e toda a movimentação. Infelizmente vemos alguns casos de locais onde é feita a ceva, mas isso acaba causando conflito porque o animal vê a pessoa que dá a comida como alguém que não é perigoso. Porém não é possível afirmar que houve ceva naquele local”, alegou o doutor em reprodução animal.

Onça capturada após ataque fatal está 26 kg abaixo do peso ideal
Veterinário Gediendson afirmou que sanidade mental da onça será avaliada (Foto: Marcos Maluf)

Além disso, Gediendson contou que a onça está 26 kg abaixo do peso e isso mostra que não está em um bom estado de saúde. “Era para ter ao menos 120 kg, ele está pesando 94 kg. Vemos que não está bem e isso pode ter proporcionado esse desfecho trágico. Vamos fazer toda a avaliação física e mental do animal. No momento não há como dizer se ele voltará à natureza”, detalhou.

Por fim, a coordenadora do CRAS, Aline Duarte afirmou que será feito o RG (registro geral) da onça e a identificação com um chip. Ela passará por exames de sangue, fezes, raio-x e ultrassom.

“Depois ele vai para um recinto e a começaremos a análise do comportamento também. Nossa função é ver o estado de saúde do animal. A investigação fica para os órgãos competentes”, disse.

A onça chegou ao CRAS na manhã de hoje. O animal foi capturado por volta das 3h da madrugada em Miranda, distante 208 quilômetros da Capital.

Onça capturada após ataque fatal está 26 kg abaixo do peso ideal
Coordenadora do CRAS afirmou que animal passará por bateria de exames (Foto: Marcos Maluf)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias