Operação Metanol vasculha 12 estabelecimentos e termina sem apreensões
GCM e fiscais da Vigilância Sanitária foram mobilizados após morte por suspeita de intoxicação em Campo Grande
A Operação Metanol, realizada na noite desta sexta-feira (3) pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) e fiscais da Vigilância Sanitária, vistoriou 12 estabelecimentos de bebidas alcoólicas na região central de Campo Grande e não encontrou irregularidades. Não houve apreensão de produtos nem condução de responsáveis à delegacia.
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A Operação Metanol, realizada pela Guarda Civil Metropolitana e Vigilância Sanitária em Campo Grande, vistoriou 12 estabelecimentos na região central da cidade na noite de sexta-feira. A ação, que contou com 20 servidores e 5 viaturas, não encontrou irregularidades na comercialização de bebidas alcoólicas. A fiscalização ocorre após o primeiro caso de intoxicação por metanol no estado, registrado na quinta-feira, quando um jovem de 21 anos faleceu na UPA Universitário. O paciente apresentou sintomas após ingerir bebidas alcoólicas, tendo convulsões e parada cardiorrespiratória. A Delegacia do Consumidor investiga o caso.
A fiscalização começou às 18h na Rua Marechal Rondon e se estendeu até 20h40, contando com 20 servidores da GCM, incluindo equipes da Região Centro, Patrulha Ambiental, ROMU (Rondas Ostensivas Municipais), GEMOP (Grupo Especial de Motopatrulhamento) e Supervisão, além de cinco viaturas.
A ação teve caráter principalmente de orientação e envolveu também representantes da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável). Os fiscais conferiram exclusivamente a procedência das bebidas, analisando rótulos, registros nos órgãos competentes e lacres, sem verificar alvarás dos estabelecimentos.
O fiscal da Vigilância Sanitária, Atacino Teixeira, explicou que o objetivo é prevenir riscos ao consumidor. “Verificamos se a bebida é registrada, se está lacrada e se não foi adulterada. Avaliamos também se é de empresa original ou falsificada”, disse.
A fiscalização se estendeu ainda aos ambulantes, conferindo notas fiscais e a procedência das bebidas. “Estamos fazendo um trabalho preventivo para que não haja intoxicação ou consumo indevido. Verificamos o fornecimento e a procedência das bebidas de todos os estabelecimentos e ambulantes da região”, completou Teixeira.
Intoxicação – O metanol é um álcool amplamente usado na indústria, principalmente na produção de combustíveis e solventes, mas não tem qualquer uso seguro para consumo humano. Diferente do etanol, presente em cerveja, vinho e destilados, ele é altamente tóxico.
Por não apresentar cheiro, cor ou sabor, o metanol pode ser adicionado de forma clandestina a bebidas sem levantar suspeitas. Uma vez ingerida, a substância é convertida pelo fígado em compostos nocivos, como o ácido fórmico, que atacam diretamente o organismo.
Na quinta-feira (2), um rapaz de 21 anos foi a primeira vítima de intoxicação por metanol em Mato Grosso do Sul. Ele chegou ontem à UPA Universitário (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário), consciente, reclamando de mal-estar gástrico e náuseas, e vomitando líquido escuro. Amostras de sangue e urina foram coletadas para perícia no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
Segundo o boletim de ocorrência, no momento da entrada, o rapaz estava consciente, orientado, comunicativo e estável, sem necessidade de suporte respiratório. Ainda conforme o relato, o rapaz confirmou que os sintomas apareceram após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Ao chegar, ele caminhou por conta própria até a triagem, foi avaliado e classificado com a cor amarela e aguardou no saguão. A situação mudou cerca de 15 minutos depois. O jovem apresentou crise convulsiva, perdeu a consciência e foi encaminhado para a sala vermelha, onde entrou em parada cardiorrespiratória.
Ontem de manhã, uma equipe da Decon (Delegacia do Consumidor) esteve na UPA Universitário e recolheu o frasco de cachaça ingerido pelo rapaz. Depois, seguiu para uma loja de conveniência no Jardim Nashville, onde também estão equipes do Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) e da Vigilância Sanitária.
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