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Capital

Operação surpreende servidores que foram dispensados do expediente na SED

Na manhã desta quarta-feira, os funcionários foram impedidos de entrar na secretaria durante ação da PF

Fernanda Palheta e Mirian Machado | 08/05/2019 08:23
Fita zebrada na escada que dá acesso ao piso superior (Foto: Henrique Kawaminami)
Fita zebrada na escada que dá acesso ao piso superior (Foto: Henrique Kawaminami)

Os servidores da SED (Secretaria Estadual de Educação) foram surpreendidos pela Operação Nota Zero, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta quarta-feira (8). Os funcionários foram impedidos de entrar na Secretaria e, em seguida, dispensados do expediente até às 12h.

Entres os servidores, que não quiseram se identificar, a surpresa é grande neste dia de trabalho. “Disseram que a polícia está aí, mas não explicaram nada”, comentou um deles.

Todos os funcionários da SED ficaram por cerca de 20 minutos do lado de fora do prédio no Parque dos Poderes, enquanto policiais vasculhavam o prédio. Às 7h30, quando começa o expediente na SED, a PF já estava no local. Às 7h50, os servidores foram levados ao auditório onde  receberam informações sobre o que estava acontecendo.

Em seguida, o grupo foi dispensado e deve retornar a partir de 12h para o trabalho. Apenas as chefias da Secretaria permaneceram no prédio. Uma fita zebrada na escada de acesso ao piso superior da secretaria impede a passagem.

A PF está na Coordenadoria de Infraestrutura da SED. Por volta de 8h, uma equipe da PF chegou a Superintendência com um malote.

A Procuradora-Geral do Estado, Fabíola Rahim Marquetti, esteve pela manhã na Secretaria e falou com a imprensa. No entanto, não repassou muitas informações (veja vídeo no fim da reportagem). Ela disse apenas que os policiais estão verificando documentos administrativos. 

Nota Zero - A Operação Nota Zero investiga organização criminosa que fraudava licitações para a construção e reforma de escolas estaduais. Um dos alvos é a empresa Queiroz Engenharia.

De acordo com a Polícia Federal, construtoras eram escolhidas previamente para vencer as licitações e eram personagens de um “teatro criminoso” para dificultar a participação de empresas que não fazia parte do esquema.

As integrantes do grupo faziam um rodízio, ainda conforme a investigação, para vencer as concorrências abertas pela secretaria.

Segundo a apuração, pelo menos oito licitações, que resultaram em contratos cuja soma chega a R$ 7,3 milhões, foram fraudadas. Dos valores recebidos, empresas retiravam as propinas pagas a integrantes da organização criminosa, também detalhou a PF.

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