Quadrilha desviou R$ 4,39 milhões em contratos da Prefeitura de Bonito
Mandados de prisão e busca são cumpridos também em Campo Grande, Terenos e Curitiba, no Paraná
Um esquema de fraudes em licitações dentro da Prefeitura de Bonito levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a deflagrar, nesta terça-feira (7), a operação “Águas Turvas”. A ação é conduzida pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado), e cumpre 19 ordens judiciais em Bonito, Campo Grande, Terenos e Curitiba (PR).
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Operação Águas Turvas, deflagrada pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção e Gaeco, investiga fraudes em licitações na Prefeitura de Bonito. Esquema criminoso atuava desde 2021, simulando concorrências e direcionando contratos para empresas específicas. Foram cumpridos 19 mandados judiciais em Campo Grande, Terenos, Bonito e Curitiba. Os suspeitos são acusados de organização criminosa, fraude em licitações e corrupção, com contratos sob investigação somando R$ 4,39 milhões. Servidores públicos recebiam vantagens por informações privilegiadas.
Segundo a apuração, os servidores envolvidos forneciam informações privilegiadas e ajustavam processos internos em troca de vantagens financeiras. O valor dos contratos sob suspeita já passa de R$ 4,3 milhões.
As investigações começaram em 2021 e apontam para a existência de uma organização criminosa formada por servidores públicos e empresários que manipulavam licitações de obras e serviços de engenharia. De acordo com o MP, o grupo simulava concorrência entre empresas e criava exigências sob medida nos editais para direcionar contratos a companhias ligadas ao esquema.
Ao todo, estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva. Os investigados podem responder por fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A reportagem do Campo Grande News procurou o prefeito Josmail Rodrigues que mudou recentemente do PSDB para o PL, mas ainda não obteve retorno. . Ele já era gestor da cidade quando as fraudes começaram em 2021 e foi reeleito em 2024. O espaço segue aberto.
O nome da operação faz alusão à falta de transparência nas contratações e contrasta com a imagem de Bonito, conhecida pelas águas cristalinas e belezas naturais. Segundo o MP, a cidade teria sido “maculada pela atuação ilícita dos investigados”.