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Meio Ambiente

Água desperdiçada em MS poderia encher 108 piscinas olímpicas por dia

Levantamento nacional também aponta que a capital apresenta índice de perdas na distribuição de 39,76%

Por Judson Marinho | 25/11/2025 17:23
Água desperdiçada em MS poderia encher 108 piscinas olímpicas por dia
Registro de 2019 de vazamento de água em rua de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

Levantamento do estudo Perdas de Água 2025, do Instituto Trata Brasil, revela que, em Mato Grosso do Sul, se desperdiça 108 piscinas olímpicas de água diariamente.

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Um estudo do Instituto Trata Brasil revela que Mato Grosso do Sul desperdiça diariamente o equivalente a 108 piscinas olímpicas de água. Em Campo Grande, a capital, o volume perdido chega a 27 piscinas por dia. O estado registra 311,80 litros de água perdidos por ligação, superando o limite ideal de 216 litros. Com a redução dessas perdas, quase 600 mil pessoas poderiam ser abastecidas. No Brasil, 40,31% da água produzida não chega ao consumidor, índice 25 pontos acima da média dos países desenvolvidos. Em 2023, foram desperdiçados 5,8 bilhões de metros cúbicos de água, volume suficiente para abastecer 50 milhões de pessoas. A redução das perdas é crucial para alcançar as metas do Marco Legal do Saneamento, que visa a universalização até 2033.

A pesquisa que utiliza dados de 2023 também informa que a capital Campo Grande perdeu água suficiente para encher 27 piscinas por dia.

O estudo mostra que o Mato Grosso do Sul está entre os estados que ainda enfrentam perdas significativas no abastecimento.

Por dia, no estado, perdem-se 311,80 litros por ligação, sendo que, segundo a Portaria 490/2021, que estabeleceu indicadores para a redução de perdas de água no setor de saneamento, o parâmetro ideal é de até 216 litros, ou seja, o Mato Grosso do Sul está acima do limite de excelência.

Em quantidade de água desperdiçada, em comparação com caixas-d’água, o estado desperdiça 359.333 caixas-d’água de 750 litros por dia.

Caso haja redução das perdas até o nível regulatório estabelecido, 599.142 pessoas poderiam ser abastecidas em Mato Grosso do Sul apenas com a água desperdiçada.

O levantamento também aponta que em Campo Grande, segundo os dados de 2023, 39,76% do volume distribuído é perdido antes de chegar ao consumidor (a meta nacional é 25%).

As perdas por ligação são de 316,81 litros por dia, quantitativo que também está acima do padrão de excelência de 216 litros.

Em comparação de desperdício com caixas d’água, a capital perde água equivalente a 91.392 caixas d’água por dia, cada uma com 750 litros.

Ao Campo Grande News, a concessionária responsável pelos serviços de saneamento básico da capital, a Águas Guariroba, informou que uma mudança de metodologia da pesquisa do Instituto Trata Brasil alterou de forma significativa os resultados do estudo.

"A Águas Guariroba explica que mudanças na metodologia, nas premissas e na base de dados impactaram significativamente nos resultados do estudo, principalmente no índice de perdas de água na distribuição. Conforme a metodologia seguida pela concessionária nos últimos anos, o índice de perdas na distribuição no ano de 2023 foi de 19%, enquanto o índice de perdas por ligação foi de 163 litros por habitante/dia. A Águas Guariroba reforça ainda que solicitou uma retificação nos dados divulgados pelo estudo, conforme os indicadores e cálculos apresentados pela concessionária", se pronunciou a concessionária em nota.

Nacional - O IAG2013 (indicador nacional de perdas na distribuição) atingiu 40,31% em 2023, segundo o estudo. Isso significa que quase metade da água produzida pelas companhias não chega ao consumidor.

Ainda de acordo com o estudo Perdas de Água 2025, as perdas brasileiras estão 25 pontos percentuais acima da média dos países desenvolvidos, que operam com cerca de 15% de perdas.

Cerca de 5,8 bilhões de metros cúbicos de água foram desperdiçados no Brasil em 2023, somando perdas físicas e comerciais. Esse volume desperdiçado em um ano representa quase seis vezes o volume do Sistema Cantareira.

Somente as perdas físicas, que correspondem a aproximadamente 60% do total, seriam suficientes para abastecer 50 milhões de brasileiros por um ano.

Se o Brasil reduzisse suas perdas atuais até o patamar regulatório (25% no índice de distribuição), poderia economizar 1,9 bilhão de m³ de água por ano, o que abasteceria 31 milhões de pessoas e atingiria quase todo o contingente ainda sem acesso à água tratada no país.

Com relação as regiões do país, o Norte e Nordeste concentram os maiores níveis de perda de água, no Centro-Oeste, Sul e Sudeste apresentam melhores desempenhos, embora ainda acima dos níveis ideais.

O levantamento também conclui que nenhuma região brasileira opera dentro do padrão de excelência de perdas por ligação.

O estudo também reforça que a redução das perdas é essencial para cumprir as metas do Marco Legal do Saneamento, que prevê a universalização até 2033.